terça-feira, 19 de abril de 2011

Afinal, o que está faltando? - Por Mariana Mallmann

Há muito tenho tentado encontrar justificativas para entender o por quê tantas Prendas e Peões do Rio Grande do Sul, simplesmente, passam por suas gestões. É, passam. Muitos nem são lembrados. Em menos de um ano, mesmo quem está em contato constante com o Movimento Tradicionalista, não lembra quem foram os representantes da juventude gaúcha do ano anterior. Se tentarmos formular uma lista de quem, realmente, valeu a pena nos últimos anos, fica complicado. E, olha, foram muitos, se considerarmos que, a cada ano, são nove novas prendas e seis novos peões. Mas, afinal, será que existe alguma explicação para esta realidade?

Na última sexta-feira, lá em Monte Belo do Sul, durante o Entrevero Cultural de Peões, troquei ideias com algumas pessoas. Questionei várias e tentei entender os por quês. Afinal, sempre me pergunto: será que nosso regulamento está favorecendo esse tipo de situação? Será que somos nós os errados, por talvez não orientarmos da forma correta os jovens (não que eu não seja mais jovem)? Será que a juventude de hoje vive com outros princípios? Será que o problema está na base, ou seja, nas nossas entidades tradicionalistas? É, são as muitas perguntas!

Entretanto, em conversa com o ex-presidente do MTG e atual vice-presidente da CBTG e diretor do Departamento de Pesquisa do Movimento, Sr. Manoelito Savaris, cheguei a conclusão que muitos são os motivos. Não podemos nos limitar a apenas um aspecto. Porém, agora, entendo que o maior problema é a falta de consciência em relação ao verdadeiro papel da Prenda e do Peão Estadual. Muitos jovens fazem de tudo para conquistar os títulos máximos. Mas, quando chegam lá, não sabem para que eles servem, o por quê eles existem. Infelizmente.

Depois de estar no Concurso Estadual de Peões, listei cinco aspectos que considero importantes de serem analisados pelos representantes, neste caso, tanto estaduais, quanto regionais e de entidade. Talvez, muitos devem estar pensando: mas quem é essa louca para dizer o que é importante e o que não é? Quem foi ela? O que ela fez demais? É, talvez eu não tenha feito coisas mirabolantes durante as minhas duas gestões enquanto Prenda Estadual, mas procurei ser digna aos cargos que ostentei. Se errei? Claro que errei. Tanto é que, se pudesse voltar no tempo, faria muita coisa diferente. No entanto, considero que isso é natural, afinal, agora tenho mais experiência. De qualquer forma, orgulho-me do que fiz. Talvez, pelo que plantei como 2ª Prenda Juvenil e 1ª Prenda do Estado, hoje, trabalho diretamente com o MTG.

Então, aí vão as minhas considerações:

1º) Não esqueça jamais de onde você veio, digo CTG e região. Lembre-se sempre que foram eles que lhe apoiaram ao longo da caminhada. Claro, às vezes, a relação pode não ser tão próxima, porém, sempre é possível fazer o mínimo. E, quando digo mínimo, é continuar participando das atividades promovidas por eles e os tratando em pé de igualdade. Ser Prenda e Peão Estadual ou Regional, não significa ser mais do que ninguém.

Além disso, serão eles que darão a referência quando outra entidade ou outra região procurar mais informações sobre você. Por exemplo: se eles não lhe indicam para dar uma palestra ou conversar com outros jovens, será que não tem algo errado? Bom, eu acho que tem.

2º) Parece óbvio, todos sabem que as Prendas e Peões são os representantes da juventude gaúcha. No entanto, isto não pode ficar apenas no discurso. A representação deve valer para todas as atividades, todas as situações, todas as ocasiões. Por isso, volte um pouco no tempo e lembre-se do período em que você era peão ou prenda da entidade. Como você gostaria de ser tratado pelos representantes do Estado e da Região? Como você os via? É, exatamente, assim que eles lhe verão.

Sempre costumo dizer, que é possível, e como, se divertir ao longo da gestão. Mas, nos momentos solenes, durantes os eventos, a maturidade deve prevalecer. Ser prenda e peão é ser líder. É isto que todos esperam dos representantes estaduais e regionais... liderança. Aí, entra o terceiro item.

3º) Está enganado quem pensa que ser líder significa ser mais do que os outros. Pelo contrário, um bom líder, sabe valorizar o talento de cada integrante da sua equipe. Portanto, ouça sempre os seus colegas. Eles têm conhecimento para contribuir. Isto é imprescindível para o trabalho dar certo. Toda gestão é feita pelo trabalho de equipe.

4º) Mantenha uma relação de confiança com a diretoria do MTG, com as coordenadorias e patronagens. Às vezes, achamos que eles não dão espaço suficiente aos jovens. No entanto, é preciso ter consciência que a conquista do espaço depende de cada um. Então, mostre quem você é, opine e dialogue. Na Convenção e no Congresso, vá ao microfone e fale o que você pensa. Participe!

5º) Quando disse, participe... é participar mesmo! Ação!!! Prenda e Peão não foram feitos para carregar maletinha e tirar fotos. O principal é fazer acontecer. Ter projetos, propostas bem estruturadas. Elas podem ser apresentadas diretamente para as patronagens e diretorias, ou nos eventos oficiais. Não importa. O importante é movimentar. Aí também entra o contato com os representantes regionais e das entidades. Permaneçam próximos, não se fechem em grupinhos. E, dentro do possível, aceitem convites para os eventos, percorram o Estado, deem palestras.

Deixei apenas cinco dicas. Poderia ter listado tantas outras, mas acredito que estas incluem o mínimo que pode ser feito durante uma gestão.

Bom, agora, resta desejar aos novos Peões do Rio Grande do Sul um excelente ano de trabalho!

Texto da Jornalista Mariana Mallmann
1ª Prenda do RS 2006/2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário