sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Cantinho Gaúcho entrevista: Jordana Durante

Bom dia, amigos!

Hoje estamos voltando com mais entrevistas aqui no blog, e é a vez de muitas mulheres especiais nos presentearem com suas histórias e conquistas! 

Todas que passarão por aqui representam a força e a garra da mulher gaúcha, que toma o rumo da sua vida, faz tudo com muito amor e dedicação, e se destaca merecidamente por seu trabalho tão bem realizado.

Para iniciarmos, trago com muito carinho um bate-papo com Jordana Durante, graduada em Arquitetura e Urbanismo, dançarina e atual instrutora, que vem lá da cidade de Santa Cruz do Sul nos contar a sua história.


1. Olá Jordana! É uma alegria imensa poder contar com a tua participação aqui no Blog. Queremos saber um pouco mais sobre a tua história... como se deu o início da tua caminhada no tradicionalismo?
Oi Carol! Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade e dizer que me sinto honrada por ter sido escolhida para participar deste blog que é muito querido pelos seus seguidores. 
Vivencio o tradicionalismo desde os meus 2 anos de idade quando a minha família começou a frequentar um CTG. Com quatro anos comecei a entender o quanto eu queria cultivar a cultura e tradição do Rio Grande do Sul, então, em 1995 comecei a participar do CTG Tropeiros da Amizade, entidade esta, que meus pais foram patrões durante quatro gestões, e onde permaneci até 2006 quando participava da Invernada Adulta. 
Com o término da Invernada Adulta em 2006, comecei a representar o CTG Lanceiros de Santa Cruz, onde disputei oito ENARTs como dançarina. Em 2013, tive minha primeira experiência como instrutora de danças, nas invernadas Pré Mirim e Juvenil do CTG Lanceiros de Santa Cruz, e foi ali que percebi que gostaria de seguir neste trabalho, podendo não só realizar sonhos em pista, mas também fora dela.

Infância Tradicionalista

2. Durante todos estes anos de envolvimento no Tradicionalismo, tem algum momento de destaque na tua trajetória que queiras compartilhar com a gente?
Difícil citar apenas um momento nesta trajetória, pois felizmente ela é regada de muitas alegrias. Como dançarina destaco o ENART de 2010, quando o CTG Lanceiros de Santa Cruz conquistou o 3º Lugar, retornando ao concurso depois de ter sido desclassificado na inter-regional, e 2014, que foi um ano de superação, muito difícil para o grupo por motivo de uma grande renovação de dançarinos, e para mim também, pois foi o ano em que perdi meu pai. Por vezes pensei em desistir, mas hoje 2014 pra mim é sinônimo de superação, comprometimento e dedicação. Como instrutora, em parceria com meu amigo e colega Jeandro Barrios, destaco a participação da Invernada Juvenil do CTG Erva Mate no JuvEnart 2016, quando obteve o 5º lugar, e a Invernada Adulta do CTG Tropilha Farrapa que se consagrou 4º Lugar do Enart Força B, em 2017. 

CTG Lanceiros de Santa Cruz
3º lugar no ENART 2010

Um ano de superação - ENART 2014

3. O mundo passa por um momento muito forte de empoderamento feminino, quando o que mais pregamos é a igualdade e o respeito. Hoje temos inúmeras coreógrafas, instrutoras, patroas, coordenadoras, entre tantos outros cargos importantes, a frente do movimento, e isso merece destaque. Como tu vês o crescimento das mulheres dentro do tradicionalismo gaúcho? 
Sempre acreditei, e quero continuar acreditando, que esta igualdade e respeito é possível no meio tradicionalista. De fato, cada vez mais mulheres tem se destacado em cargos importantes e realizando várias conquistas, e isso deve nos orgulhar. Acredito que as oportunidades sim tenham aumentado para as mulheres, mas o reconhecimento... este ainda tem muito o que evoluir. Seguidamente vemos trabalhos maravilhosos realizados por mulheres, que estão ocultos atrás de uma parceria e um ''nome'' masculino. O empoderamento tem significado coletivo, é o poder sobre nós e sobre todas, colocando-nos como sujeitas ativas em uma mudança. Mas como podemos promover uma mudança numa sociedade dominada pelos homens? Enfrentando essa desigualdade de poder entre homens e mulheres e lutar por um olhar que vise a igualdade. Nós mulheres temos por natureza colocar muito mais amor e dedicação em nossas atividades, e é assim que devemos continuar lutando pela nossa arte, acreditando no poder que temos para mudar as coisas e na dedicação em que nos envolvemos nas nossas atividades, levantando esta bandeira e esperando que sejamos reconhecidas pelo nosso devido valor e trabalho e não sempre encoberta por outros nomes.

CTG Erva Mate
5º Lugar no JUVENART 2016

CTG Tropilha Farrapa
4º Lugar no ENART 2017

4. Tanto como dançarina, quanto instrutora, tu conquistastes troféus de grande importância em diversos festivais, e isso se deve com certeza a muita dedicação da tua parte, e de todos os envolvidos (dançarinos e entidades). Tens ainda algum sonho a ser realizado? E qual a receita do sucesso, na tua opinião?
Tenho muitos sonhos, mas todos eles acompanham e fazem parte dos grupos com que eu trabalho. Posso dizer que meu sonho maior seja que cada grupo tenha seu merecido reconhecimento, com justiça, baseado no seu respectivo esforço, trabalho e dedicação. Cada grupo tem seu propósito e seu objetivo e eu sempre fui da opinião de que devemos sonhar uma coisa de cada vez, pensar em objetivos atingíveis, e assim, à medida que forem realizados passar a almejar outras conquistas. Nas experiências que tive, foi desta forma que os grupos conquistaram até mesmo além do sonhado, com os pés no chão. Esta é uma parte da receita, a humildade, juntamente com a dedicação de toda equipe (pais, coordenação, entidade e dançarinos), confiança e, principalmente, o respeito entre todos, pois independente da função assumida, ninguém é perfeito a ponto de não poder errar e não poder aprender com o próximo, assim, podemos conquistar um dos melhores ''troféus'', novas amizades alicerçadas em respeito e confiança com as pessoas que trabalhamos e que podemos levar para nossa vida. 

Despedida dos palcos (ou não rsrs)... ENART 2016

5. O Movimento Tradicionalista Gaúcho acabou de completar 50 anos de história... Então pergunto: tu acreditas que o futuro do Tradicionalismo está em boas mãos? Como tu vês a participação dos jovens no Movimento?
O Tema anual de 2018 defende isso, a união das gerações para a construção do amanhã, e eu acredito sim que o futuro do tradicionalismo está em boas mãos, nas mãos desta nova geração que cultiva nossa tradição com brilho no olhar, legado dos jovens de 47. Mas para isso, o jovem precisa de sentir responsável pelo futuro do movimento, utilizando sua vontade de fazer acontecer e sua capacidade de mobilização a favor da preservação desta herança, e também, se preocupar em adquirir conhecimento e motivação dos mais experientes para propagar no futuro, e assim sucessivamente, integrando as gerações, em toda a história do movimento tradicionalista. 

Invernada Juvenil do CTG Erva Mate
JUVENART 2017

Momentos especiais... ♥

6. Pra finalizar agradeço muito a tua participação, e deixo-te um abraço, com carinho. É muito bom encontrar pessoas queridas por este tradicionalismo a fora, e com certeza tu és uma delas. És merecedora de muito sucesso!
Fico muito feliz com suas palavras e o carinho recebido. Agradeço novamente a oportunidade, e aproveito para te parabenizar pelo trabalho que tem feito, fazendo com que a internet seja aliada do tradicionalismo para divulgação da cultura gaúcha transmitindo informação útil e de qualidade para os tradicionalistas. Um Abraço a ti e a todos leitores!

Muito obrigada Jordana pela participação!  ;*
Com certeza teus ensinamentos, não só de dança, mas também sobre a vida, te fazem exemplo pra muitos...

Que felicidade poder compartilhar com os seguidores do nosso blog palavras tão bem ditas. O presente e o futuro do Tradicionalismo está em nossas mãos! Vamos juntos fazer a diferença!!!

Um ótimo final de semana a todos!!!
E fiquem ligadinhos por aqui que logo logo tem muito mais!

Beijos

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