quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Do tradicionalismo para a vida - Caroline Borges de Lemos

Bom dia, bom dia!!!

Voltamos hoje com a série de publicações "Do Tradicionalismo Pra Vida", trazendo histórias que são exemplo e valem a pena serem lembradas! A participação super especial desta semana é de Caroline Borges de Lemos, que nos representou como 3ª Prenda Juvenil do Rio Grande do Sul na gestão 2014/2015 e hoje carrega consigo nobres sentimentos sobre o que é SER tradicionalista!

Vamos conferir?



"Sobre conquistas e realizações.

É muito gratificante escrever para o Blog Cantinho Gaúcho, e por isso, ficam meus agradecimentos pela oportunidade.

Minha trajetória tradicionalista sempre foi muito intensa, repleta de objetivos bem trilhados e amor puro pelas coisas do Sul. Sempre digo que devemos fazer aquilo que gostamos, e para aqueles que admiramos. Assim foi construída a minha história no Movimento Tradicionalista Gaúcho e que continua sendo escrita pelo passar dos dias.

O sonho de me tornar uma das nove prendas do Rio Grande do Sul sempre foi latente em meu peito. Foram nove anos até a sua concretização, e esse período é o que chamo de UTOPIA.

Em maio de 2014, me tornei 3ª Prenda Juvenil do Estado do Rio Grande do Sul, e aquele foi sem dúvidas, o dia mais feliz da minha vida, até hoje. Quando me perguntam o que é necessário para conseguir alcançar o título, eu digo, é preciso saber o que quer e estar ao lado das pessoas certas, no meu caso, minha mãe, Katia, que sem dúvidas foi o cerne para a concretização deste objetivo.

A partir do momento em que realizei meu sonho me deparei com uma nova realidade, o que antes parecia ser tão distante de mim, agora estava fazendo parte dos meus dias. Foi um ano inesquecível, conheci pessoas maravilhosas, viajei pelo Rio Grande e fora dele também. Acredito que pude deixar minha marca para as pessoas, através da simplicidade e humildade com que levei minha gestão como prenda estadual. Mas da mesma forma, foi um ano de muitas descobertas, aprendi com erros e vivenciei a organização do movimento. Esse período é o que chamo de REALIDADE.

Com o sentimento de dever cumprido, maio de 2015 chegou, e ao passar o encargo para outra menina-moça, senti na pele o que significa 'não ESTAR mais prenda do RS'. Naquela noite, e a partir dela, eu não mais estive no centro dos holofotes, muito menos estive em protocolos, tampouco subi no palco do ENART, e então comecei a me perguntar sobre o real sentido de ser prenda tradicionalista.

Questionei-me diversas vezes sobre o 'voltar a concorrer' em meio a conflitos de ideias e novos rumos que minha vida tomou.

Foi um momento difícil, onde percebi que já havia realizado meu sonho pessoal de ser Prenda do Estado, já havia trazido a primeira faixa de prenda estadual para a 29ª RT, já tinha vivido meu sonho de criança, e por isso, minha vida pessoal e profissional pesaram mais nessa decisão.

E então, caros amigos, continuei minha faculdade, dediquei-me a minha vida profissional, sem nunca deixar de lado minha entidade, sem nunca esquecer minha filosofia de vida.

Por vezes me entristeci, ao ouvir pessoas dizerem que 'me afastei do movimento', 'queria apenas ser prenda do RS', 'me promovi em cima do MTG', 'não sou tradicionalista de verdade', ou 'não te vejo mais nos eventos estaduais', etc.

Cheguei a ouvir que não estaria mais no 'meio' porque 'o movimento seleciona os bons'.

Ahh… O que algumas pessoas não sabem, é que eu descobri o real sentido de ser tradicionalista, descobri que o tradicionalismo está dentro de cada um de nós, está em nosso cotidiano, está em nossas ações dentro e fora dos galpões. Sobre selecionar, eu acredito que muitas vezes, seja muito mais uma simples conveniência com aqueles que se dispõe a vestir a camisa, custe o que custar, mesmo que sejam suas ideias ou convicções, e isso, eu jamais estaria disposta a fazer.

Talvez, não saibam que para 'fazer tradicionalismo' não é necessário ter uma faixa/crachá, muito menos ter um cargo de direção, estar em cima de um palco, falar em um microfone, conduzir pessoas…

Hoje faço tradicionalismo no meu dia-a-dia, vou ao meu CTG, onde sou muito bem acolhida e sei que sempre terei alento, é importante lembrar, que por mais distante que formos, sempre teremos um dia que voltar, e eu tive a alegria de 'voltar' de um prendado estadual e ter minha entidade de braços abertos me esperando; auxilio crianças na construção das suas caminhadas no movimento, participo de eventos e sou feliz assim.

Se me perguntarem o que penso do MTG, direi que acredito no sistema, direi que é necessário e fundamental, direi também que existe seu lado ruim, como em qualquer outra organização dessa grandiosidade; mas direi que o tradicionalismo não depende dele, muito pelo contrário, o MTG depende de nós, simples tradicionalistas de dentro dos galpões, do fundo dos campos e do lombo dos cavalos.

E agora, vivo o período que chamo de REALIZAÇÃO.

Me sinto realizada pela minha trajetória, realizada pelos amigos verdadeiros que tenho, realizada pela conclusão do meu curso superior, realizada por ser tradicionalista e não depender de cargos ou faixas ou números para fazer tradicionalismo.

Importante se faz, olharmos para nosso interior, sermos críticos, éticos e acima de tudo gratos e conscientemente tranquilos com nossas atitudes.

Assim, deixo minha mensagem com o desejo de que mais pessoas descubram o real significado de 'fazer tradicionalismo', e que de fato, não utilizem o movimento para promoção pessoal. Desejo vida longa a todos os centros de tradições, verdadeiros núcleos do regionalismo, aos quais devemos toda nossa herança cultural.

Cordialmente,
Caroline Borges de Lemos
Tradicionalista do CTG Piquete da Querência.
São José do Ouro/RS – 29ª RT"

2 comentários:

  1. Katia Walkiria Borges de Lemos13 de dezembro de 2018 às 10:36

    Orgulho enorme dessa tradicionalista!

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  2. Uma Lady a Carol. Sou fã e concordo com cada pensamento. Beijos mil lindona, segue sendo essa luz.

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