sexta-feira, 24 de julho de 2020

Jéssica Herrera prepara livro sobre Noivas de Preto


Começou como uma atividade escolar e está se transformando em livro, pela editora Pragmatha. A trajetória das Noivas de Preto no Vale do Taquari é o objeto de pesquisa de Jéssica Herrera. Ela foi 1ª Prenda do Rio Grande do Sul na gestão 2018/2019 e, nesta entrevista, fala sobre como foi o processo, com destaque para as dezenas de entrevistas realizadas ao longo de dois anos..

Você está preparando um livro sobre as Noivas de Preto. Como surgiu a ideia?

Em 2010, ao escrever o “Livro da Vida”, como uma atividade escolar, compreendi que a tradição das noivas de preto faz parte da história da minha família. A obra foi, em um primeiro momento, publicada como pesquisa em decorrência da 48ª Ciranda Cultural de Prendas do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que resultou no consequente título de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul 2018/2019. Com o amadurecimento da pesquisa, busco através da publicação do livro registrar a história das noivas de preto, uma vez que a temática carece de referências bibliográficas. Ademais, será a oportunidade de homenagear estas mulheres e suas famílias, que contribuíram imensamente com minha pesquisa.

Para escrever, você fez dezenas de entrevistas. Como foi esse processo?

Foram dois anos de trabalho. O tema “Noivas de preto” carece de referências bibliográficas, então o colhimento de informações e de fotografias foi, sobretudo, através das entrevistas com descendentes das noivas de preto. Para encontrar as pessoas que dominassem do assunto, contei com o auxílio de amigos que realizaram indicações e, também, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB) de Lajeado, que fez a divulgação da minha busca. Dessa forma, alcancei familiares de noivas de preto, historiadores, pastor, estilista para contribuírem com o processo de pesquisa.

Desta experiência, quais as suas maiores alegrias?

A maior alegria deste processo é poder registrar a história das noivas de preto – mulheres que escreveram seu capítulo na História. Ademais, é uma oportunidade de deixar um legado para as gerações futuras que desejarem saber mais sobre a história da imigração alemã no Vale do Taquari, as vestimentas, os casamentos.

Quais foram seus maiores desafios na elaboração da obra?

Em relação ao maior desafio, certamente, é a carência bibliográfica. A tradição era intensamente presente nas vidas mulheres descendentes de alemães. Muitas famílias possuem fotografias de familiares que registram o momento do casamento de uma noiva de preto, porém não conhecem as razões para tanto, uma vez que o assunto não é abordado em livros, materiais de pesquisa etc.

A que público sua obra se destina?

A obra se destina a todos aqueles que desejam conhecer uma tradição que fala pela mulher, pois as vestimentas, especialmente os vestidos de noiva pretos, expressam os sentimentos, os protestos, a classe social e a identidade de um grupo social.

Fonte: Sandra Veroneze | Pragmatha Business