quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Uma vida dedicada à dança


Olhar pra trás e ter orgulho de toda uma história é privilégio pra poucos.
Mas pra quem vive, respira e remete todos os dias de sua vida, durante anos, à dança, nem é tão difícil assim.

Somos milhares que vivemos anos e mais anos ensaiando as mesmas 25 músicas, harmonizando centenas de vezes os mesmos movimentos, interpretando, sorrindo e conquistando, cuidando cada centímetro que o pé avança, cada milímetro que não pode sair do lugar, e nem deixar dúvidas de que estava na posição correta.
É uma loucura, loucura mesmo!

Mas em toda a loucura, sempre há momentos de salvação, aquilo que faz a gente não querer desistir, aquilo que dá combustível pra continuarmos na lida, acreditando e lutando.

Família... a de sangue, e a que conquistamos no CTG. Porque sim, vivemos quase mais ali do que em casa, e acabamos nos transformando em seres unidos, amigos, que se abraçam, choram, se alegram. Dividimos angústias, decepções, vitórias, e tantos outros acontecimentos que só quem vive, realmente sabe.

Tem os amigos os amigos da "vida"... que torcem por nós, e reclamam após ouvir diversas vezes a frase "não posso, tenho ensaio", mas que mesmo sem nos ver continuam ali, esperando por uma mensagem ou ligação dizendo "vamos marcar, passou o ENART, to de férias o/".

E tem também aqueles amigos do CTG, que acabam se tornando tão essenciais quanto o ar que respiramos. Aqueles que não conseguimos nos distanciar nem quando não tem ensaio, aqueles que sempre sabem tudo da nossa vida, aqueles estão com a gente sempre, em quaisquer circunstâncias, e que de tão próximos pelas rotina de ensaios, acabam entrando em nossas vidas fora do tradicionalismo também. E estes, ah... são especiais demais. São os que, aconteça o que acontecer, serão amigos, parceiros... viram comadres e compadres, viram família, sim. E isso é demais s2

E não posso deixar de citar o amor, que não é raro de ser encontrado nestas "andanças" tradicionalistas. Um amor leve, parceiro, que entende e vive contigo toda essa loucura.
Um amor pra vida!
Um amor que vira noivo, marido, pai dos filhos... um amor que não se mede, nem se descreve.

Porém, nessa vida dedicada à dança, existem muitas incertezas também. Dúvidas, receios.
Existe o momento de parar a analisar tudo o que passou, e de pensar se não é chegada a hora de tornar essa vida, uma história.

Uma história recheada de momentos bons e felizes, de conquistas e gratidão, cheia de amigos/irmãos e de lembranças que ficarão pra sempre. Orgulho... quanto orgulho!

Fui firme, forte. Fiz tudo o que podia pelas minhas entidades e grupos, honrei cada vez que pisei em um tablado, exigi de colegas a mesma dedicação, briguei em prol de algo que acreditava, aceitei quando opiniões contrárias eram mais fortes. Vivi e sobrevivi a esta loucura toda.

Hoje, me despeço com a alma lavada, com paz no coração e com alegria por tudo que construí.
Uma história que é tão minha... e que será assim pra sempre.

Sem mais...
Obrigada a todos pelo carinho.

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