sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Os mistérios Ocultos no Chimarrão
O chimarrão é utilizado no sul do país e América do Sul desde muito antes do descobrimento do Brasil e, sua história é permeada de mitos e crendices que antecedem até mesmo o seu descobrimento.
Inicialmente utilizada apenas pelos pajés das tribos, a “Caá-y” ou água da erva saborosa teve seu segredo revelado por “Tupã”, o deus dos índios. Mais tarde, durante uma guerra com tribo inimiga, o segredo foi ensinado aos guerreiros guaranis que, sentindo-se renovados com os benefícios da erva-mate, venceram a batalha.
Foram soldados espanhóis os primeiros a ter contato com o mate. Descobriram na região do Guairá – hoje atual estado do Paraná – uma tribo Tupi Guarani que diferia das demais por ser alegre e hospitaleira e por ter instituído entre seus habitantes, o consumo de uma bebida desconhecida chamada “mati”, que no vocábulo quíchua significa recipiente. A primeira vista, os soldados consideraram a bebida amarga e selvagem e a chamaram “cimarrón”, que do espanhol quer dizer “xucro”.
Com a chegada dos padres jesuítas às Américas e a fundação das primeiras reduções, o consumo do chimarrão foi considerado pecado e seu uso perseguido pela igreja. Percebendo que a perseguição e as ameaças não surtiam efeito sobre os índios catequizados e que o consumo do mate persistia, os jesuítas usaram da fé indígena e criaram o mito de que “Anhagapitã” – o demônio – teria envenenado os ervais e que quem tomasse daquela erva morreria. Os índios temerosos do feitiço buscaram auxílio nos Pajés, que desfizeram as intenções, dizendo que se o primeiro mate fosse sugado e cuspido, o veneno seria anulado. Daí surge uma das crendices que ainda hoje é mantida em muitas regiões do estado, a de cuspir o “veneno do mate” como dizem os mais antigos, ou o primeiro mate.
Foi só depois dessa tentativa fracassada de proibir o uso da erva-mate, que os padres jesuítas perceberam o grande valor da planta e passaram a pesquisá-la. Foram os primeiros a conseguir produzir mudas de erva-mate e desenvolveram processos para sua produção junto às reduções, criando a “Caá-mini”, espécie de pó grosso da erva-mate, que diferia da erva utilizada até então. A partir daí, a erva-mate passa por um período de ouro e chega inclusive a valer como moeda corrente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário