terça-feira, 18 de junho de 2013

1ª Prenda Juvenil do RS - Paloma Drum Schacht

Bom dia!
Hoje encerro com muita alegria as entrevistas da categoria Juvenil. Após a participação das prendas Djuly e Letiane, quem nos conta sua história é Paloma Drum Schacht, 1ª Prenda Juvenil do Rio Grande do Sul.
Deixo com carinho meus agradecimentos!
Podem ter certeza que centenas de prendas pelo Estado a fora estão tendo vocês como exemplo, e suas histórias são dignas de admiração e respeito.


"Escrevo para este blog com imensa alegria e satisfação. Hoje orgulhosamente 
1ª Prenda Juvenil do estado do Rio Grande do Sul, um sonho de prenda!
Minhas saudações tradicionalistas. Sou Paloma Drum Schacht, tenho 15 anos, 
curso atualmente o 2° ano do Ensino Médio Politécnico na Escola Estadual de 
Ensino Médio Paulo Frontin. Minha cidade natal e onde resido atualmente é a 
hospitaleira Carazinho, terra da Seara da Canção Gaúcha, pago de Leonel Brizola, 
marco de divisor de águas, que já foi Caminho das Tropas e redução de 
Santa Tereza na infância da terra. 
Quero aqui, com imenso carinho, contar-lhes minha singela caminhada tradicionalista. 
Eis que então, não me garanto em poucas linhas, mas entendam, anseio por
 tentar dividir cada momento especial de minha memória que talvez sirva 
como semente no coração de algum sonhador.
Particularmente gosto de dizer que nasci dentro de um CTG. Minha história no 
tradicionalismo se inicia levada por meus pais quando ainda bebe, estes que 
acompanhavam meu irmão mais velho no DT Clube Caixeiral quando dançava na
 invernada artística pré-mirim. Minha entidade mãe é o Centro Tradições 
Gaúchas Unidos Pela Tradição Rio-Grandense, que me serviu de berço sendo fundado 
em 2001 por grupo de amigos tradicionalistas no qual meus pais faziam parte. 
Vi cada parede do meu galpão se erguer com a garra e firmeza da minha segunda 
família que lá encontro, da minha base para toda vivência tradicionalista que tenho 
guardada em meus conhecimentos e minhas sinceras lembranças. Em 2002, na época 
com 4 anos de idade concorria pela primeira vez como prendinha pré-mirim no 
1° concurso interno de minha entidade. Era pequena, ainda não sabia o real 
significado de ser prenda. Pra mim, tudo aquilo era uma grande brincadeira. 
Naquela época, apresentando como brinquedo folclórico 
a boneca de pano feita por minha avó, levei o título de 2ª Prenda 
Pré-Mirim. Os anos foram passando e de prenda pré-mirim passo a mirim. 

Primeira faixa na ano de 2002/2003 como 2ª Prenda Pré-Mirim

No ano de 2007 desperta em mim uma vontade de ostentar novamente, depois de
4 anos, uma faixa. Assim, no ano de 2007/2008 fui 1ª Prenda Mirim de minha 
entidade. Lembro-me bem de quando fui em meu primeiro encontro 
de patrões. Tudo era novo, diferente. Sentia-me prenda com responsabilidade 
saindo naquele domingo cedito rumo a Marau. Uma pequena prenda ainda, 
tinha 9 anos de idade, mas que ia aprendendo pouco a pouco e 
guardando experiências a cada momento vivido. 
Entrego meu cargo nunca me distanciando de minha entidade, sempre participando 
de nosso departamento artístico. Em 2011, encontro-me mais motivada que 
nunca. Havia acompanhado a preparação de minha amiga para a região na 
categoria juvenil. Havia um sentimento grande brotando dentro de mim.
 Já era certo que ia concorrer na etapa interna naquele ano. Mas foi na 42ª 
Ciranda de Prendas – fase regional que senti que queria chegar ali. 
Queria viver aquilo. Queria seguir naquele rumo, conhecer 
novas coisas, obter novas experiências. Eu queria ter a oportunidade levar o nome 
de minha entidade. Naquela Ciranda minha amiga passou perto de se classificar, mas 
sem saber estava me dando um grande presente: a motivação. 
Em setembro daquele ano conquistava o título de 1ª Prenda Juvenil do 
CTG Unidos Pela Tradição Rio-Grandense e com o título uma 
porta aberta para grandes oportunidades. Dei o melhor de mim naquele ano. 
Fiz eventos, realizei os projetos com o apoio das meninas, corri atrás e aprendi, 
aprendi com cada momento que vivia. Lembro de junho daquele ano, antes mesmo da 
ciranda regional. Era domingo e recepcionava em minha entidade as prendas do 
RS que vieram receber as tão esperadas plaquinhas. Fui a oradora naquela homenagem 
como da outra vez pensei no impossível. Tudo aquilo parecia tão distante de 
mim. Naquele dia algumas pessoas disseram que torciam por mim e que viam em mim 
um espírito de estadual. Assim que conheci as belas prendas do RS 2012/2013. 
Naquele dia ousei me imaginar tendo a oportunidade de participar de uma Ciranda 
Estadual de Prendas, ainda que parecesse de outro mundo diferente do meu. 
Aproximava-se então Ciranda Regional. Havia me preparado ao máximo. 
Havia lido e relido conteúdos. Havia ensaiado e me testado inúmeras vezes. 
Aproveitava todo o tempo que tinha. Acreditei em mim e fiz o que tinha me preparado 
para fazer. Estava feliz e satisfeita. Havia movimentado minha entidade de 
Carazinho para Passo Fundo. Queria, é claro que queria ouvir meu nome 
sendo chamado na categoria juvenil e depois de dez anos o nome de minha 
entidade ser anunciado no resultado de uma ciranda regional de prendas. 
A emoção foi grandiosa. Era a representante juvenil da 7ª RT e assumia o compromisso 
de auxiliar ainda mais de perto nosso tradicionalismo '(...)esta prenda estará em 
Santana do Livramento no mês de maio de 2013, representando a 7ª RT (...)'. 

Gestão de Prendas e Peões da 7ªRT 2012/2013

Foi um ano maravilhoso, com experiências, vivências e viagens inesquecíveis
para mim. Conheci novas pessoas e novos lugares. Adquiri amizades que ficarão 
para sempre em meu coração. Tentei auxiliar no que pude minha região e as 
prendas e peões que ingressavam em seus sonhos e digo prendas, isto que é o 
essencial, passar o conhecimento que possuímos adiante. Findavam nossos 
eventos regionais e se aproximada a tão sonhada e esperada Ciranda Estadual 
de Prendas. Desde a conquista na região sabia que teria a missão de bem 
representar os 42 municípios da 7ª RT. Para que isto se concretizasse foram dias e 
noites de leituras. Foram pesquisas e mais pesquisas para entender os conteúdos. 
Foram preocupações de todas as provas que deixavam escasso o sentimento de 
calma, lembrem: sei por o que cada um de vocês, sonhadores, passam para 
alcançarem o que querem e por isto quero dizer-lhes que vale a pena! 
Cada momento dedicado na caminhada em direção a seus objetivos vale apena, 
por menor que seja a ação. Tinha que conciliar as obrigações escolares, 
os trabalhos e as provas, com os estudos sobre história, geografia, tradição, 
tradicionalismo e folclore. Gastei sim muito marca texto e pó de café. 
Fazia cartazes para me localizar no relevo, vegetação, hidrografia. 
Levava livros e polígrafos sobre o Movimento para a escola, mesmo que a 
progressão da manhã fosse apenas uma linha de leitura. Na ultima página dos 
meus cadernos de aula estavam, em meio aos rabiscos já normais, anotações 
sobre o linguajar poético de mate e desenhos desproporcionais do mapa do 
RS. Tinha de conciliar a pesquisa da mostra, o treino nos acolchoados, os ensaios 
de declamação... Falava sozinha, explicava conteúdos a mim mesma, 
discursava em frente ao espelho, tomava cafés e discorria na sala a poesia e a mostra 
para o grande público que era minha mãe, mas sempre houve tempo para a 
família, isto é de suma importância. Para estarmos vivendo estes sonhos de 
muito devemos a eles, que sempre estão do nosso lado e quem nos possibilita sermos 
o que somos. Mesmo em meio à correria para a preparação de um concurso e as 
inúmeras preocupações nunca deixem de lado suas famílias e suas entidades, sempre 
achem tempo para elas. É natural não existir tempo para redes sociais, para festas, 
para sair com os amigos, mas para as pessoas que vivem junto nossos sonhos 
acreditem, existe tempo. Assim chegava maio, assim chegava os dias 16,17 e 18. 
Como já dito, pisava em solo fronteiriço vivendo meu sonho. Um sonho repleto 
momentos inesquecíveis. Estava na legendária Livramento para dar o melhor 
de mim. Sabia que representava uma região inteira, sabia que representava ali minha 
Carazinho, minha 7ª RT, meu Unidos. Naquela Ciranda em nenhum momento 
pensei em ser melhor que alguém. Éramos 69 prendas com um sonho em comum. 
Éramos todas prendas do RS. Havia me preparados anos para aquele momento, 
os momentos de tensão já haviam passado. Ali tinha que somente viver o que estava 
preparada para viver, o que havia estudado para fazer. Tinha muitas pessoas me 
apoiando e sabia que se o meu melhor não fosse o suficiente estariam do mesmo 
jeito ao meu lado. Era um sonho meu, porém também presente no pensamento de 
outra grandes pessoas que tenho comigo como especiais. Sentia-me firme e 
segura como se todos estivessem presentes, ali comigo, mesmo estando a quase 
600km de distância. Desci do palco, na primeira apresentação do sábado, 
com ar de dever cumprido. Foram momentos mágicos que nunca se apagarão. 
Tudo aquilo tinha valido a pena. Estava feliz por ter chegado onde tinha chegado . 

Prendas representantes da 7ª RT na 43ª Ciranda Estadual de
Prendas/Fase Estadual - Mostra Folclórica

Era a primeira fez que concorria em uma fase regional e a primeira vez 
que vivia uma Ciranda na fase estadual. Estava feliz por ter tido a oportunidade de 
viver tudo aquilo. Aquela oportunidade que um dia julguei impossível, que 
na visão da sonhadora de três anos atrás era longínquo. A oportunidade 
que se tornou um sonho realizado. 
Então, depois do anunciado fiquei paralisada. Tamanha era minha felicidade
 indescritível. Hoje estou vivendo naquele mundo que avistava em junho 
passado como diferente do meu, no mundo do meu sonho, no mundo de 
prenda estadual e compreendendo de que ele nunca foi diferente
 do meu próprio mundo, apenas que para viver nele a 
questão é acreditar em si mesma. Agora, juntamente com o sentimento de
 realização está o sentimento de responsabilidade e de dever renovado 
perante o Movimento Tradicionalista Gaúcho. 
Era um sonho de prenda que parecia imensamente distante de mim a alguns 
anos atrás. Digo: muitas vezes chorei pensando que não conseguiria, me vi 
desesperada tentando dar o melhor de mim. Entretanto também inúmeras vezes 
acreditei que seria capaz, acreditei nos dias de estudo, acreditei que o sonho 
poderia se tornar realidade, acreditei nas pessoas que tinha ao meu redor. 
Já me perdi inúmeras vezes, porém sou abençoada por possuir pessoas maravilhosas 
ao meu redor que me encontravam e me apoiavam no seguir em frente. 
Ninguém chega sozinha a uma conquista e se hoje consegui alcançar esse sonho é 
também mérito de todos que estiveram ao meu lado, pois sempre tive apoio, 
sempre! A meus pais, minha família, minha entidade e minha região só tenho a 
agradecer por viverem junto comigo este sonho.

Com o irmão Diógenes e os pais Ivo e Sônia

Dei risadas, conheci novos lugares e novas pessoas, aprendi, tive experiências
inexplicáveis, me diverti. Eu vivi momentos mágicos e inesquecíveis e essa é a 
maior recompensa. Vivam com intensidade cada estação que passam, com felicidade, 
com risadas e alegria, pois somente isto fica marcada na memória, somente assim, 
essas ocasiões únicas se tornam saudades insaciáveis marcadas no tempo como 
especiais para a vivência de uma sonhadora. Sonhem, sonhem! Acreditem em vocês, 
em suas capacidades e em tudo que abdicaram para chegar onde chegaram. 
Façam seu eu de ontem se orgulhar de você hoje. Estudem, se dediquem e quando 
tudo parecer difícil acreditem que nada vem fácil! A realização só vem depois da 
ousadia de buscar um sonho. Sei, muitas vezes ela parecerá distante e de outro 
mundo, mas nunca acreditem que é inalcançável pois não é! 
Nunca desistam, nunca deixem um sonho adormecer nas circunstancias de não 
conseguir da primeira vez, se algo deu errado sorriam, tomem como experiências e 
tentem novamente. Deixo aqui meus sinceros desejos de sucesso a todas as prendas 
e peões desse Rio Grande. Meu destino nesse momento é auxiliar o máximo que 
puder. Estou a disposição para qualquer situação, talvez para alguma explicação, 
para algum auxílio ou para alguma risada; para algum momento difícil e 
desesperador, para um café ou para uma conversa! Que seus sonhos continuem vivos, 
vivos e inquietos até a concretização de suas metas!
'Sonhar é a ousadia de imaginar, a confiança de acreditar e a vontade de conseguir'

Um grande abraço e com imenso carinho,
Paloma Drum Schacht
1ª Prenda Juvenil do Rio Grande do Sul 2013/2014"

Um comentário:

  1. ola é com muito prazer que quero parabenizar a Paloma Drum esta conquista tão disputada pelas prendas e chegar aonde você chegou é o sonho de toda prenda, também vai meus parabéns aos pais que sempre lutam junto e também a patronagem e amigos veja só mais um motivo para eu estar muito contente da tua conquista Paloma sou patrão do C.t.g. Rodeio Minuano de Caxias do Sul que tem 54 anos, não basta só isso somos parentes somos Drum com muito orgulho agora só falta visitar nosso C.t.g. quem sabe em breve um grande abraço a você e muito sucesso nesta nova etapa. Atenciosamente radialista e patrão Orivaldir Drum de Caxias do Sul

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