terça-feira, 1 de agosto de 2017

Palavra de Prenda: Yasmim Aguirre Aquino

Vamos continuando por aqui com mais um "Palavra de Prenda", e hoje contaremos com a participação de Yasmim Aguirre Aquino, prenda de 17 anos que ama muito o tradicionalismo gaúcho e tem o sonho de construir uma bela história dentro dele.


"Tenho 17 anos e meu amor pelo tradicionalismo não vem de hoje... vem desde que eu tinha meus bons e alegres 9 anos de idade. Minha caminhada começou em em Tupanciretã, minha terra natal, no atual DTG Sentinelas da Tradição - 9ª RT, que na época era apenas o elenco da Escola Flory Kruel. Bruno Fernandes, que atualmente continua sendo um ótimo instrutor para o grupo, foi a pessoa que me ensinou meus primeiros passos de chote carreirinho, pezinho, e entre outros... e de lá pra cá meu amor por essa tal de dança só aumentava, mas infelizmente a vida nos pega de surpresa e então eu parei de dançar.

Muita coisa aconteceu na minha vida, meus pais se separaram, eu tive depressão... já tentei tirar minha própria vida, passei por bastante dificuldades que não foram nada fáceis, mas eu não desisti, não desisti da vida, não desisti dos meus sonhos, fiz terapia, cursos, e ano passado retornei ao DTG mas infelizmente acabei saindo pois mudei de cidade e acabei vindo para Tapejara, onde logo que cheguei disse pra mãe que queria voltar a dançar a todo custo. Foi ai que em fevereiro eu entrei no CTG Manoel Teixeira - 7ª RT, conheci pessoas novas e tudo mais, eu estava realizada por poder voltar a dançar novamente, pois só o patrão velho lá de cima sabe o tamanho do amor que carrego comigo pela tradição gaúcha. 

No tempo que eu fiquei parada sem dançar, por não ter condições suficientes, meu coração disparava de felicidade e meus olhos não conseguiam conter as lágrimas em ver apresentações, em assistir apresentações do ENART e entre outros no youtube. Só Deus sabia as lágrimas que eu derramava em meu travesseiro por ver o brilho no olhar de dançarinos pisando com muito amor nos tablados, e por fim quando eu tive a oportunidade de voltar, retornei com todo meu amor pela dança, porque mesmo eu não tendo tantas condições eu me esforçava o máximo para me manter no CTG para dançar pois além de estar fazendo o que eu amava, a dança era como uma terapia para me tirar da solidão que eu geralmente sentia. 


Sempre acompanhei tudo sobre o tradicionalismo e sim, precisa ter condições para conseguir se manter também, mas acima de tudo acho que tradicionalismo é caráter, humildade e muita união. Eu ia para os ensaios, dava o melhor que podia para estar nas danças, mas infelizmente as pessoas são orgulhosas e interesseiras, nunca chorei tanto na minha vida como chorei o dia da regional da 7ª RT, acho que dentro de um CTG dinheiro deveria ser algo abaixo de tudo, ninguém é melhor que ninguém por ter dinheiro, pois quando entramos no tablado não é o nosso dinheiro que vale mas sim o amor que depositamos no tablado na hora de dançar. Sim infelizmente eu não estou mais dançando e só Deus sabe o quanto dói dentro de mim não poder estar dançando, porque pessoas ignorantes acham que dinheiro está acima de tudo. 

Tradicionalismo é amor e união independente do que você for, não importa o que passe mas eu não vou desistir e eu ainda vou voltar a fazer o que tanto amo, que é dançar e viver para as tradições do nosso rio grande, essa é minha palavra de prenda escrita com muito amor."

Yasmim, torço muito para que o teu sonho se torne realidade! Que tenhas força e continues lutando por ele, independente das dificuldades. Tens uma vida toda de tradicionalismo pela frente... seja feliz!
Um beijo, e obrigada pela participação aqui no Cantinho Gaúcho!

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