terça-feira, 14 de novembro de 2017
Estuda, tchê: Revolução de 1930 - Era Vargas
Na República Velha, o comando do país se alternava entre São Paulo e Minas Gerais, na chamada política do café-com-leite. No então em 1929, Washington Luís, atual presidente (paulista), indicou Julio Prestes, também de São Paulo, o que ia contra a política do café-com-leite, pois o próximo presidente deveria ser mineiro (Carlos Ribeiro de Andrade). Assim, Minas se junta a Rio Grande do Sul e Paraíba, lançando a candidatura de Getúlio Vargas a partir do Partido Liberal. Vargas concorre com Prestes, que apresenta candidatura a partir do Partido Conservador, sendo que este segundo vence em eleições fraudadas, segundo os liberais.
No entanto, em 26 de julho de 1930 João Pessoa é assassinado em Recife, o que aumenta o estado de revoltas dos três estados, que em 24 de outubro de 1930 derruba Washington Luis, impede Julio Prestes de tomar o cargo e o entrega a Vargas, que assumiu provisoriamente, terminando assim a República Velha.
GOVERNO PROVISÓRIO (1930 – 1934)
Nomeado presidente, Getúlio Vargas usufruía de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a tomar políticas de modernização do país. Ele criou, por exemplo, novos ministérios - como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde -, e nomeou interventores de estados. Na prática, os estados perdiam grande parte da sua autonomia política para o presidente. Continuou com a Política de Valorização do Café (PVC) e criou o Conselho Nacional do Café e o Instituto do Cacau atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras.
A Getúlio Vargas também é creditado, nesta época, a Lei da Sindicalização, que vinculava os sindicatos brasileiros indiretamente - por meio da câmara dos deputados - ao Presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar o apoio popular, para que estes apoiassem suas decisões (a política conhecida como populismo).
A REVOLUÇÃO DE 1932 E O GOVERNO CONSTITUCIONALISTA (1934 – 1937)
Cafeicultores paulistas, descontentes com a atual situação, revoltam-se contra Vargas, querendo retomar o controle do governo e a elaboração de uma nova constituição. Parte da elite gaúcha, liderada por Assis Brasil e Borges de Medeiros, apoiou os paulistas, pois Vargas foi contra os interesses de alguns fazendeiros do Rio Grande do Sul. Getúlio derrotou os revoltosos, mas foi obrigado a convocar uma Assembléia Constituinte. A Constituição de 1934 beneficiava a classe média e os trabalhadores.
A nova Constituição trazia novidades como o voto secreto, ensino primário obrigatório, o voto feminino e diversas leis trabalhistas. O voto secreto significou o fim do tão famigerado voto aberto preponderante na República Velha, onde os coronéis tinham a oportunidade de controlar os votos. A nova constituição estabeleceu também que, após sua promulgação, o primeiro presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembléia Constituinte, que elegeu Vargas.
O GOVERNO DE FLORES DA CUNHA
Ao assumir o governo, Vargas nomeou interventores para os estados, e o Rio Grande do Sul ficou para Flores da Cunha, que seguiu a política econômica de Getúlio e estimulou a agropecuária e a indústria. Fiou ao lado de Getúlio em 1932, e em 1934 foi eleito governador pela Assembléia Geral. Ao que Vargas ficava mais e mais autoritário, Flores da Cunha se aproximava mais e mais da oposição. Com isso, o presidente dividiu o PRL, diminuindo o poder do governador.
O GOLPE DE GETÚLIO E O ESTADO NOVO (1937 – 1945)
Outros grupos também não queriam Getúlio no poder, entre eles o Partido Comunista Brasileiro e os trabalhadores urbanos, que faziam greve para protestar contra o desemprego e o alto custo de vida. Vargas, em 1937, dá um golpe de Estado apoiado pelas Forças Armadas, alegando que os movimentos ameaçavam a segurança nacional.
Fechou o Congresso Nacional, anunciou nova Constituição e acabou com os partidos políticos e eleições, substituindo os governadores por pessoas de sua confiança. No Rio Grande do Sul, Flores da Cunha foi deposto e substituído por Daltro Filho (1937), Cordeiro Farias (1938) e Ernesto Dornelles (1943). Foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que tinha como finalidade projetar o presidente como “Pai dos Pobres” e “Salvador da Pátria”, além de controlar o que era ensinado nas escolas. Censurou a imprensa e implementou um governo ditatorial no Brasil, o Estado Novo.
O FIM DO ESTADO NOVO
Entre 1939 e 1945, a 2ª Guerra Mundial acontecia. Até 1942, o Brasil havia se mantido neutro, até que Getúlio Vargas tomou partido e declarou guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão), que também eram países governados por ditadores, pondo seu governo em paradoxo. Vargas foi ficando mais e mais encurralado, até que, ao fim da guerra, o Brasil passou por um processo de redemocratização, sendo permitida a formação de partidos políticos e eleições. Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar em 29 de outubro, sendo conduzido a exílio em sua cidade natal, São Borja.
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