Ela vem da 13ª Região Tradicionalista, e cheia de orgulho e carinho nos conta a sua trajetória no Movimento Tradicionalista Gaúcho.
"Dentre tantos momentos especiais e únicos, eis mais um regalo que o destino me reservava, contar um pouco de mim aqui no Blog Cantinho Gaúcho! No nome, Gabriela Sarturi Rigão, carrego o significado dos anjos junto à descendência italiana, que em linha de família também se miscigena com alemã, portuguesa, tantos povos formadores de nós, gaúchos. Nasci em Santa Maria no dia 26 de maio de 1995, o mês das prendas, vivendo nesses 24 anos experiências onde aprendi que a vida ensina tudo o que tivermos disposição e coragem de aprender. E é também no Coração do Rio Grande que agora me vejo no 'início do fim' da graduação em Psicologia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), iniciando o último semestre. Para que tudo isso se conduzisse contei com bases, pessoas, família.
Minha família já era tradicionalista antes mesmo de eu nascer, e quando digo tradicionalista é por viverem e valorizarem as tradições. Pais crescidos no interior de Santa Maria buscaram o trabalho e estudo urbano, na cidade construíram a nossa família sempre ligada com a chácara dos avós e vivência rural. Minha família, pais, tios, irmã e primos participando das atividades do CTG Bento Gonçalves e CPF Piá do Sul solidificavam também na cidade suas origens e cultura. Eu, filha caçula de Vitélio e Elizete, conforme crescia, era expectadora da irmã Fernanda nas invernadas de dança. Minhas atuações mais especiais, na adolescência, eram junto às cavalgadas do CPF Piá do Sul. Em 2009 me tornei prenda (Juvenil), junto à minha irmã(Adulta), e assim descobri um sentido e uma paixão, o departamento Cultural, do qual não me afastei desde então.
Por esses anos, tive a alegria de ser 1ª Prenda Juvenil da 13ª RT 2011/2012, após, Diretora de Departamento Jovem e Departamento de Concursos da 13ª RT. Em 2014 passei a frequentar o DTG Noel Guarany, em 2015 já me reconhecendo nos ideais e trabalhos da entidade que é um Programa de Extensão da UFSM. Em 2016, fui convidada a ser Vice Diretora Cultural da entidade e em 2017: Prenda! Convite que me deixou por algum tempo em questionamentos, não foi uma decisão fácil, sabia bem da responsabilidade e dedicação que eu mesma me cobraria, sabia das expectativas de quem já conhecia meus propósitos, sabia que a vida já não era tão simples como no tempo de juvenil. Precisei, então, reforçar meus ideais, esclarecer os meus prazeres e identificar quais eram os meus objetivos enquanto Prenda. Posso garantir que ser a 1ª Prenda do Rio Grande do Sul não era um desses objetivos que me mobilizaram a voltar a ser Prenda, mas está me proporcionando sentir e viver as consequências de cada ação. O que eu estou vivendo e sentindo? Amor, gratidão, esperança, empatia... São vivências embasadas pela relação entre as pessoas, minha paixão pessoal e profissional, estar em contato com as pessoas, conhecer histórias e passar a fazer parte delas, dividir vivências e ressignificá-las.
Hoje eu vejo que a prenda que refletia sobre o retorno na caminhada e encontrava suas respostas ao tomar por objetivos as ações, projetos, atuação, relação, continua a valorizar os mesmos aspectos por encontrar aí sua essência. A essência do meu ser, ser prenda. E esses aspectos foram sendo identificados com o autoconhecimento, por exercitar em psicoterapia o que fazia parte de mim, e por contar com pessoas, seres de luz, ao meu lado a cada vez que eu tive vontade de recuar, desistir, desacreditar. Nunca foi fácil, mas eu sempre soube que era possível seguir em frente a cada desafio. E para não parecer apenas um clichê, esclareço que era um desafio a cada vez que eu dizia para o meu sobrinho que eu não poderia brincar pois precisava estudar; que eu dizia para minha avó que não poderia ir para fora mais um final de semana pois tinha evento; que eu dizia para os amigos que não podia sair com eles devido à exaustão em que me encontrava naquela semana... Nisso tudo, refletir, pensar e conciliar.
Não existe receitas, não existe segredos para se tornar 1ª Prenda do RS, mas se puder dar um conselho é: autoconhecimento. E precisamos estar em um ambiente que assim nos permita conhecer sobre si e desenvolver-se, assim tive a sorte de ter pessoas que acolheram os meus questionamentos sobre o tradicionalismo, sobre os 'modelos' que eu escutava, os 'eventos de prenda', enfim, e questionamos juntos para poder seguir com sentido. Assim minha motivação se fortalecia por desenvolver a minha forma de fazer projetos, eventos, a minha forma de estudar e ensaiar, que não serve para outra prenda, mas que pode, sim, ser o ponto de partida para a reflexão individual. E assim, a exaustão da preparação se tornava também prazerosa, por significar cada ação com um propósito que eu acreditava fazer a diferença, oferecer resultado para os envolvidos, transformar pensamentos e realidades, bem como também me reconstruía constantemente.
São tantos abraços, sorrisos, lágrimas de emoção, palavras de carinho e confiança que tenho recebido que fazem com que meus 'Anseios de Paz e Esperança' se fortaleçam e me conduzam até maio de 2020 com a minha alma e coração de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul, de Gabriela, de Bibi ou simplesmente, Prenda. Agradeço a cada tradicionalista e cidadão que já estão se somando, compartilhando e dividindo essa trajetória comigo ao mirar um horizonte onde o nosso mundo é melhor por sermos melhores a cada passo.
Prendas que carregam sonhos como os meus, que possamos sonhar não em fuga da dura realidade que pode estar nos rodeando, mas com a consciência dela e buscando trazer a beleza dos sonhos para a concretude das nossas relações. Prendas, contem sempre comigo, mais uma dentre nós que tanto aprende com o tradicionalismo e que almeja frutificar o conhecimento, a cultura e a bondade.
Juntas, podemos sempre mais!
Com carinho, Gabriela Sarturi Rigão,
1ª Prenda do Rio Grande do Sul."
Muito obrigada, Bibi, pela participação em nosso Blog.
Tuas palavras nos dão esperança, e aquecem o coração por saber que o jovem tradicionalismo está em boas mãos. Que tenhas muito sucesso até o findar de tua caminhada.
Abraços.
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