Natal
Atribuiu-se a São Francisco de Assis a criação do presépio (séc. XVIII), introduzida esta prática no Brasil pelos jesuítas em 1584.
Primeira notícia da árvore de Natal em 1605 em Estrasererguer.
Natal no RS: herança portuguesa - missa do galo, banquete em todos os lares, comer figo (ceia) traz boa sorte.
Introdução alemã é a árvore de natal (pinheiro), enfeitada, Coroa do Advento (cujas velas são acessas semanas antes do 25 de dezembro), costume cantarem "Tannembaum", junto a árvore, distribuirem "Weinachts" (bolachas confeitadas com formato de pessoas, animais, plantas, etc.).
Entre os descendentes italianos- colocam água e capim na porta da casa, aos animais do presépio.
Poloneses no dia 24 de dezembro esperam o surgimento da estrela Vesper para dar início aos festejos. No centro da mesa colocam trigo e capim sobre o capim "opateck" (espécie de hostia branca) que é repartido por três membros da família. A ceia consta de sete alimentos sem carne e sem gorduras, esta cerimônia denomina- se "vigília" e é encerrrada com as "kolendas" (cantos de natal). No dia de reis escrevem nas portas (do lado interno) as iniciais dos nomes dos três Reis Magos e o ano que está entrando: B+G+M+2004, para pedir proteção.
Ano Novo
No litoral, dá- se o nome de consoada ao jantar da meia-noite de 31 de dezembro.
No primeiro do ano, crianças de certas localidades de colonizadores italianos saem pelas casas a desejar Bom Princípio do Ano e recebem doces ou dinheiro em troca (Fontoura Xavier e Erechim).
Carnaval
A cidade de Cruz Alta usa os jogos de Intróito ou Entrudo, conservadas nas tradições portuguesas, caracterizando-se por bacias d'água despejadas das casas sobre os passeantes, além do uso da farinha e fuligem.
Aparecem no RS, conjuntos acadêmicos (Rio Grande); presença de Bumba-meu-Boi no enterro dos ossos (Encruzilhada do Sul); bloco gaúcho acomnpanhado por gaita (Uruguaiana); "Rádio Galocha" (Lavras do Sul); Bicharada (Piratini).
Semana Santa
Em Soledade aparecem as "recomendações" ou "encomendações das almas". São realizadas por um "terno"- grupo de pessoas com a finalidade de rezar, cantar, batendo matracas (instrumento de percussão formado por tabuinhas movediças que agitadas, produzem ruídos) e pedindo orações para as almas, esse ritual - é iniciado nas sextas-feiras da Quaresma, principalmente na sexta-feira Santa.
Se conserva em Pelotas, a tradição da "Stippe" (stipa), serenata da Páscoa- grupos similar ao Terno de Reis, saem as ruas nessa época.
Simpatias para curar asma são mais eficazes nesse dia. Não se retira leite das vacas no Planalto e nas Missões. Cobras e aranhas são mortas, para se receber indulgência na zona da Campanha.
Centenas de pandorgas elevam- se ao ar em Livramento.
Em Carlos Gomes, o preparo e ornamentação dos túmulos pascais, encenam a passagem do Evangelho sobre Pilatos.
Os moradores do Morro da Cruz em Porto Alegre, representam a Paixão de Cristo e Procissão do Encontro. Em Rio Pardo, a do Senhor do Morto.
Rio Grande não queima Judas, realiza-se "malhação".
Desde 1914 a fábrica Neugebauer fabricava ovos de Páscoa.
Em Ivoti, costuma- se pintar cães e gatos de azul ou rosa nos dias que antecedem a Páscoa, a fim de que as crianças saibam da proximidade da época dos ovos coloridos.
Em Carlos Gomes acontece no sábado, a benção dos alimentos; continua os festejos na segunda- feira, serva- se este dia para brincadeiras entre a comunidade.
Judaicas
Comemoram inúmeras festas como: Rosh Hashaná- Ano Novo; Iom Kipur- data do arrependimento ou perdão dos pecados; Sucót- festa da colheita; Pessach- Páscoa Judaíca.
Na páscoa, em Sinagoga fazem orações duas vezes ao dia. A ceia realiza- se nas duas primeiras noites, e tem seus significados: frango tostado (lembra o cordeiro sacrificado); o "maror" (erva amarga) pelo sofrimento da esccravidão...
Sendo impedidos de comer pão, substituem pelo "matzá", bolacha ázima que não contém levedura, tal bolacha lembra a história da fuga do egito, quando os judeus não estiverem tempo de cozinhar seus pães.
Nossa Senhora dos Navegantes
Em janeiro de 1871 chega a Província o barco Porto Alegre, trazendo em seu bojo a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, esculpida em madeira.
Antigamente, quando na Ilha das Pedras funcionava o Presídio, havia a benção do indulto. À passagem da Santa, um preso era indultado. Esse fato não acontece mais.
Em Rio Grande, cidade portuária, acontece belíssima procisão por mar, levam a imagem até São José do Norte, acompanhados por embarcações, decoradas com bandeirolas(bandeira pequena) e flores.
Em Tramandaí a festa é uma das mais importantes do calendário. Em Arroio do Meio o cortejo percorre o Rio Taquari. Em Alegrete passa sobre a ponte Ibirapuitã, retornando. Em Rodeio Bonito, a procisão é terrestre, seguida por cortejo de automóveis até a gruta.
Em Vicente Dutra, a festa é antecedida por tríduo (três dias consecutivos), no salão paroquial ou no CTG, oferecidas comidas típicas da região e quermesse.
Em Tapes, São Lourenço do Sul e Camaquã, a procissão é lacustre.
Festa do Divino
Na literatura católica, a Festa do Divino coresponde a Pentecostes, isto é, comemoração da descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos.
Acontece 50 dias após a Páscoa.
O Espírito Santo fez- se presente pela primeira vez em forma de pombinha quando do batismo temporário de Jesus por São João Batista. Este animalzinho- símbolo de submissão e harmonia- passou a representar o Divino Espírito Santo. Sua imagem ficou reverenciada junto à bandeira.
A cor vermelha seria a representação das línguas de fogo, a pregação de fé.
Festa em Criúva- fazem parte a benção dos tambores e bandeiras, dando início à visitação das casas, os moradores doam víveres que são utilizados na festa.
No domingo marcado para a Festa do Divino, reza- se missa e após procissão, gaúchos a caráter abrem o cortejo, conduzindo no interior de um triângulo, suspenso pelas aias ao lado esterno, o triângulo é puxado pela rainha da festa.
Após o baile é eleição dos próximos festeiros.
Festa em a Mostardas- Mostardas festeja a festeja o divino desde sua fundação. Durante o período de nove dias realiza-se reuniões dançantes e jantas especiais com alimentos doados pela comunidade. O peditório é anunciado por foguetes, compõem a comitiva dois rapazes de opa (capa) vremelha, duas senhoras conduzindo as bandeiras, mais os festeiros com a bandeja para as ofertas, o alferes da bandeira e espadim (menino trajado de pajem, portando o cetro (bastão curto) do divino).
No dia festivo, após a missa e almoço tem a procisão, a banda segue atrás do andor e os fiéis cantam.
Ao final escolhem os festeiros na frente da igreja, são oraganizadas quermesses.
Realizam-se bailes nas sextas-feiras, sábado e domingo da semana festiva.
Em homenagem ao novo festeiro, acontece o baile da segunda-feira seguinte, encerrando a festa do divino.
Santa Rita de Cássia
Um grupo do Bairro Guarujá de Porto Alegre, devoto de Santa Rita de Cássia decidiu construir um santuário em seu louvor, a partir de então, esta vem sendo reverenciada.
A festa ocorre em 22 de maio, se cair em dia útil, comemora-se em domingo anterior.
Dois meses antes, iniciam-se os preparativos, cartazes são afixados, não havendo folhetos ou peditórios pelo casario.
Após a procissão a venda de churrasco, o dinheiro destina-se a melhoria do santauário.
A imagem é transladada no sábado, pelas 20hs, acompanhada por carros e motocicletas. Após, realiza-se a missa e reverência a Santa Rita. Na manhã de domingo, a procissão, com todos de a pé, retorna ao Santuário.
Às quinze horas, reiniciam-se as missas rezadas de hora em hora com benção da saúde, até as 21hs.
São Jorge
Realiza-se junto à igreja do padroeiro, localizada no Bairro Partenom, em Porto Alegre. O dia é 23 de abril, se cair em dia útil realiza-se no próximo domingo.
Acontecem peditório, conduzindo a bandeira de São Jorge que é introduzida nas casas a fim de serem abençoadas.
Festa constituí-se de missa, novena, procissão, churrasco, som.
Quatro casais de festeiros abrem o cortejo, seguidos de um caminhão aberto, conduzindo o Santo cavaleiro sobre um manto vermelho.
A festa vai até o entardecer, o lucro é revertido as obras sociais, mantidas pela igreja.
Santa Cruz
Segundo relatos João Maria um dos profetas dos movimentos messiânicos do século passado, era um homem bondoso, um ermitão conselheiro, após a revolta saiu em peregrinação.
Alguns chamam-no de "ermitão da couve", pois receitava medicação a base de leguminosa.
Em Criúva São João Maria permaneceu uma semana. Quando ele foi embora, erigiram alí uma cruz.
Um desafeto tentou arrancar a cruz, mas foi arrastado com cavalo e tudo pela correnteza, morrendo afogado.
A cruz ficou seu objeto de devoção, alguns afirmam que em 1903 a cruz já existia.
Atualmente realiza-se uma festa em homenagem à Santa Cruz no mês de outubro em data móvel.
" A festa é para a padroeira, Nossa Senhora do Carmo, mas em louvor a Santa Cruz e relacionada a São João Maria". Realizam-se tríduo, missa, procissão, diversão durante as três noites como bailes, jantares, rifas e leilões.
Pelas informações São João Maria morreu em Lapa, no Paraná, "embaixo de uma grota".
A passagem de São João Maria por Criúva foi após a Revolução de 1893, até hoje a população reza e implora graças a este santo.
Nossa Senhora de Caravaggio
A devoção foi introduzida pelos italianos que se estabeleceram onde hoje é a comunidade Diocesana de Caravaggio, pertencente a Linha Palmeiro, Farroupilha.
Católicos erigiram um pequeno oratório, com registro de Nossa
Senhora de Caravaggio, quando ampliaram este documento verificaram que foi impresso em uma gráfica de Milão em 1724.
O novo santuário inaugurado em 1963 abriga duas mil pessoas.
Os moradores de Caeravaggio constituem de 87 famílias, todos colaboram na organização da festa que tem início com uma novena preparatória, até as 18hs no dia 23 de maio. Posteriormente celebram-se nos dias 24, 25 e 26, dia da Padroeira, missas de hora em hora com a benção da saúde.
Estimam-se que mais de 150 mil romeiros tenham ido ao Encontro da 107ª Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio em 1986.
Juninas
Gregos e romanos homenageavam os deuses da colheita com fogueiras, cantorias e danças. Com o advento ao cristianismo, substituíram os deuses pelos santos.
Foram introduzidas pelos portugueses.
" Um soldado de São Borja voltando ferido da Guerra do Paraguai, traz a sua mãe pequena imagem de São João Batista. Já curado o soldado retorna a guerra, sua mãe teria prometido ao Santo realizar uma procissão dia 23 de junho, caso o rapaz voltasse são e salvo". Assim aconteceu, daí em diante toda véspera de São João a procissão sai as ruas de São Borja.
Corpus Christi
Sabe-se que a procissão de Corpus Christi advém do século XVIII.
Nesta festa a regiustro de santos e estátuas que são postos sobre janelas ou nas beiradas externas das portas da rua do casario.
Durante a passagem do cortejo elevam-se altares. Crianças vestidas de "anjinho" formam alas (Nova Pádua).
Em Flores da Cunha, a proximidade da festa o povo sai as ruas antes do acontecimento litúrgico.
A prática "de estender os tapetes", foi iniciada em 1964.
Em São Marcos, alguns devotos, despem seus casacos ou ponchos, estirando-os sob os pés do sacerdote.
Kerb
Kerb significa festa de inauguração da igreja, liga-se a religiosidade dos imigrantes alemães.
Sua origem volta-se ao veleiro "Cacilda" que se dirigia ao Brasil q quase naufragou. Os passageiros fizeram promessa, caso chegassem a seu destino, iam realizar uma festa em homenagem ao Santo do dia. Dom Pedro II sabendo do acontecido convidou os colonos alemães para virem ao RS no dia 29 de setembro de 1829, sendo o dia de São Miguel, tornando-se padroeiro da colônia.
Antigamente, em São Miguel de Dois Irmãos a festa era simbolizada por baú ou mala. Depois da cerimônia religiosa, o povo dirigia-se ao Salão de festas. Os festejos duravam três dias com baile. Geralmente é aberto com a Polonese.
Algumas localidades e Kerb é chamado de Kern, em Humaitá não faltam bolinhos de carne.
Quando a festa se prolonga além de três dias acontece o chamado Nach Kerb. São animados por bandinhas.
Oktoberfest
Nas insustentáveis desgraças, como a peste bulbônica, que interrompeu em Munique, os habeber atraíram multidões às ruas com danças e músicasa, elevando o anônimo de todos. Este fato deu origem à Oktoberfest, Festa de Outubro.
Alguns habeber, vindos para o Sul como imigrantes, fundaram a associação dos habeber ou bávaros de Porto Alegre, em 1902, no ano seguinte aconteceu a 1ª Oktoberfest.
Rei do Tiro
No RS, a festa do "Koniugschiessen", ou "Tiro-Rei", denomina-se Rei do Tiro e ocorre nas localidades de colonização alemã, onde há sociedade de atiradores, "Schutzenvereine".
Após realiza-se a competição de tiro ao alvo, o que fizer maior número de pontos, recebe o título de Rei do Tiro e os colocados em 2º e 3º lugares, serão 1º e 2º cavalheiros/ ou Condes e suas esposas, respectivamente Rainhas E Damas. O que fica em 4º lugar será o "mais pontos".
No dia aprazado tem baile com homenagem. Um cortejo vai a casa do Rei, para conduzí-lo ao salão de festas, onde rei e condes do ano anterior o aguardam.
O novo rei recebe faixa ou talabarte com placas dos premiados aos outros anos. Os cavalheiros recebem medalhas.
O Rei abre o baile com a Polonese, após os participantes formam a "grantcia" (grande roda), no centro dançam os Reis, Rainhas e depois os Condes com suas Damas. Dançam peças do folclore alemão, bebe-se chop e cerveja, é realizada anualmente.
Parabéns, pelo teu Blog! Tu és uma gaúcha de coração e eu me orgulho disto. Pois neste mundo as pessoas estão perdendo suas raízes e não praticando suas tradições!
ResponderExcluirBeijos, de uma gaúchinha. <3
Muito obrigada pelo carinho! Fico feliz em ter pessoas com você acompanhando o blog! Beijos <3
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