sexta-feira, 9 de março de 2018

Cantinho Gaúcho entrevista: Luce Carmen Mayer

Bom dia, bom dia!

Voltamos hoje com mais uma entrevista super bacana aqui no Blog.
A entrevistada do dia é Luce Carmen Mayer, que há muitos anos está envolvida no Tradicionalismo Gaúcho, e hoje ocupa um dos cargos de maior destaque no Movimento: ser Coordenadora Regional.

Estando a frente da 24ª Região Tradicionalista neste ano de 2018, ela conta ao Cantinho Gaúcho um pouco sobre a sua trajetória e conquistas. Vamos conferir?

1. Olá Luce! É uma alegria imensa contar com a tua participação aqui no blog. Pra iniciar, queremos saber um pouco sobre a tua história... quando e onde iniciou a tua participação no Movimento Tradicionalista Gaúcho?
Olá, Carol! É uma honra poder participar do Cantinho Gaúcho, que tanto divulga o nosso tradicionalismo.
Na cidade onde me criei, Barros Cassal, participei do CTG Filastro Brum. Meu “debut” foi no Filastro e praticamente passei minha adolescência inteira lá.
Depois, quando me mudei pra Venâncio, reiniciei minha trajetória tradicionalista no ano de 2000, na invernada Mirim do CPF Terra de Um Povo, levando meu filho mais velho - Fellipe - para dançar. Em 2003, fui sócio-fundadora e primeira patroa do DTG Piazito da Tradição. Vice-Coordenadora da 24ª RT no ano de 2011, em 2012 fui diretora de Cultura interna do MTG, Avaliadora de concursos de prenda e peão das entidades e regiões, diretora cultural e artística da 24ª RT por três anos e, atualmente, coordenadora regional.

Com minha filha, Marina Mayer, na 41ª Ciranda Cultural de Prendas,
fase Estadual, em Passo Fundo.

Com a família em 2013.

2. Durante todos estes anos envolvida com o tradicionalismo passaste por inúmeras funções, inclusive a de ser mãe de peão e prenda em concursos Estaduais, e recentemente fostes empossada Coordenadora da 24ª Região Tradicionalista. Dentre todas estas experiências, tem alguma que queiras destacar pra gente como a mais especial?
Todas as experiências foram importantes para mim. Mas, as que carrego comigo com mais carinho, como uma forma de crescimento como tradicionalista, pessoal e familiar é ter sido mãe de prenda e peão em entrevero e ciranda e estar coordenadora.
Poder estar ao lado dos meus filhos (e dos filhos emprestados) realizando o NOSSO sonho é indescritível. E sobre o cargo de coordenadora regional, é um orgulho imenso ser a primeira mulher a frente da coordenadoria da 24ª RT, região esta que vem crescendo em todos os departamentos. Continuaremos com toda força, dando continuidade ao trabalho iniciado pelo Coordenador Flávio, seguido do Coordenador Dalmo.

Com meu neto, filho do Fellipe, Bernardo.

3. O mundo passa por um momento muito forte de empoderamento feminino, quando o que mais pregamos é a igualdade e o respeito. Hoje temos inúmeras coreógrafas, instrutoras, patroas, coordenadoras, entre tantos outros cargos importantes, a frente do movimento, e isso merece destaque. Como tu vês o crescimento das mulheres dentro do tradicionalismo gaúcho?

Durante a formação do Rio Grande do Sul, tivemos mulheres fortes perante as dificuldades, o preconceito por ser mulher e as adversidades tidas nas estâncias. Graças a luta destas mulheres é que conseguimos, de pouco em pouco, ir ganhando e, principalmente, ocupando nosso devido lugar na sociedade. Por isso, a mulher vem participando e, cada vez mais, tomando frente nos mais diversos segmentos dentro do Movimento.
No tradicionalismo percebe-se que a mulher e o homem são iguais em todas as ações e realizam as mesmas funções. E é lindo ver que em todos os departamentos do Movimento encontra-se a força da mulher. Cito como exemplo, Poliana Hergemöller, que estará representando a região no laço seleção, na FECARS, junto com nove homens.
Hoje, com a força da mulher tradicionalista, temos 9 coordenadoras regionais, sem contar as inúmeras patroas e demais cargos ocupados por mulheres dentro do próprio MTG, das Regiões e das entidades tradicionalistas.

Com o Presidente Nairo, na posse, no 66º Congresso Tradicionalista.

4. Enfrentamos no Estado um crise absurda, e mesmo envoltos de tanta falta de incentivo, o tradicionalismo não pode parar. De que maneira tu acreditas que cada tradicionalista possa fazer a sua parte para que o Movimento continue em ascensão?

Perante as dificuldades econômicas que passamos, as patronagens das entidades precisam contar com a criatividade para passar por esta crise. Para este obstáculo, cito como uma alternativa o voluntariado.
E pra mim, a prova de que o voluntariado realmente funciona, foi na Festa Campeira Regional, que aconteceu nos dias 24 e 25 de fevereiro, em Lajeado, e que contou com apoio do trabalho voluntário de várias entidades da nossa Região e com toda família da Gestão Regional e da Coordenadoria, que não mediram esforços para que o evento tivesse sucesso.

5. O Movimento Tradicionalista Gaúcho acabou de completar 50 anos de história... Então pergunto: tu acreditas que o futuro do Tradicionalismo está em boas mãos? Como tu vês a participação dos jovens no Movimento?
Eu acredito que a força do tradicionalismo está nos jovens. Jovens como Paixão Cortes, que deram o “ponta pé” inicial lá em 47. Hoje, estamos rodeados de jovens, de bons exemplos de ações realizadas por eles, um exemplo da força jovem feminina é a participação das Prendas Estaduais da gestão passada na mesa do 66º Congresso Tradicionalista.
Quando coordenadora artística e cultural da 24ª RT, sempre dei oportunidade aos jovens para fazer cerimoniais, realizarem eventos... Pois estas oportunidades precisam ser ofertadas.

Realizando o primeiro sonho de 2017, no Entrevero Estadual de Peões, 
com Gabriel Ferreira.

O segundo sonho de 2017, na Ciranda Estadual, com Gabriel, 3º Guri do RS, 
Caroline, 2ª Prenda do RS, Nairo Callegaro, Presidente do MTG, 
eu e o Coordenador Dalmo Mayer.

6. No ano de 2017 a 24ª RT conquistou um título inédito na Ciranda Cultural de Prendas Estadual com a Caroline Scariot trazendo uma faixa de Prenda Adulta para região, e também um crachá de Guri Farroupilha com o Gabriel Ferreira, no Entrevero Cultural de Peões. Conte-nos um pouquinho sobre estas conquistas, e sobre o que elas significam para o nosso Departamento Cultural.

O ano que passou, foi de muita importância e crescimento para a Região, em todos os departamentos e todos os títulos que trouxemos foram inéditos.
Isso tudo pra mim significa Gratidão!
Estas conquistas, do Gabriel e da Caroline, é consequência de todos os anos de trabalhos realizados por eles – em conjunto com o departamento cultural da região, pois quem os acompanhou sabe o quanto lutaram para conquistarem o Rio Grande!

Conquistando o 4º Lugar força B do Enart 2017, com o CTG Tropilha Farrapa. 
Na foto, Jeandro e Jordana - instrutores do Tropilha, Caroline  - 2ª Prenda do RS, 
Jessica - 1ª Prenda 24ª RT, eu, Dalmo - coordenador, e 
Bruno - dançarino do Tropilha e avaliador voluntário da RT.

7. E neste ano de 2018, mais uma vez estaremos sediando uma fase Inter-Regional do ENART, agora na cidade de Lajeado. Como estão os preparativos?

Os preparativos vão começar nos próximos dias. Fizemos um primeiro contato com a Prefeitura Municipal de Lajeado para viabilizar a realização do evento, na cidade sede da 24ª RT. Estamos aguardando para marcar mais reuniões e também para montar a comissão organizadora do evento. Mais informações, vocês podem acompanhar na página da 24ª RT, no facebook.

Muito obrigada Luce pela valiosa participação aqui no blog.
Com certeza a tua força e dedicação é exemplo pra muitos. Já conquistaste tanto... e muito ainda está por vir. Te desejo uma gestão de muitas alegrias... conte sempre comigo e com o Cantinho Gaúcho.
Juntos somos mais fortes!

Abraços.

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