terça-feira, 17 de julho de 2012

1ª Prenda do RS - Raquel Pinheiro Pereira

Boa tarde amigos!
Hoje trago ao blog as belas palavras de nossa representante maior, ela que foi eleita como 1ª Prenda do Rio Grande do Sul 2012/2013, Raquel Pinheiro. Desde o último final de semana de maio ela engrandece o Estado com sua vasta cultura, levando a todos os cantos do Rio Grande as virtudes da Mulher Gaúcha.


"Escrever sobre a própria caminhada tradicionalista é certamente uma
forma muito louvável de contribuirmos para a construção da historia deste 
que é o maior movimento cívico-cultural da America Latina – o 
Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Sou Raquel Pinheiro Pereira, natural e residente dos pagos da
 Fronteira Mais Irmã do Mundo, da terra do precursor do tradicionalismo 
gaúcho – João Carlos Paixão Cortez, da Terra dos Ventos: Sant’Ana do 
Livramento. Minha entidade mãe é o CTG Fronteira Aberta, 
pertencente a 18ª Região Tradicionalista que compreende os municípios de 
Rosário do Sul, São Gabriel, Dom Pedrito, Santa Margarida do Sul, Caçapava 
do Sul, Lavras do Sul, Santana da Boa Vista, Bagé, Candiota, 
Hulha Negra e Aceguá.
Foi a partir dos 6 anos de idade (1997) que iniciei minha participação no
 tradicionalismo organizado, quando fui convidada a participar do 
Concurso de Prendas na categoria Prendinha, na entidade a qual meus 
pais são sócios remidos, foi o primeiro passo, tornei-me a 2ª Prendinha da 
entidade e a partir desta “pequena” responsabilidade, tive a oportunidade 
de ser convidada para a invernada de danças, logo em seguida iria participar 
de um grande evento no RS, o FEGAES – Festival Gaúcho Estadual 
Estudantil, realizado anualmente em Cachoeira do Sul. Porém, tinha um 
fato: como era muito pequena não iria dançar pela invernada mirim, mas 
minha mãe ficou sabendo das outras modalidades do evento e dentre 
elas – Prendinha. Foi como colocar a mosca no mel, faltando pouco mais de 
um mês para o evento começou minha mini preparação, principalmente 
pelo fato, de que era muito novinha em relação as demais prendinhas, porem, 
esta preparação e o gosto pelas tradições nos trouxe o titulo de 
3ª Prendinha do Fegaes – 1997.

Em um dos concursos, ainda como Prenda Mirim

Neste momento o auto incentivo começou a ser maior, pois não interessava
 o numero que estava na faixa, se era de 3° ou de 2°, continuei a participar da 
invernada de danças e em seguida chegou a mudança de categoria, 
passando para Prenda Mirim, e logo pude participar de eventos que 
não dispunham a categoria anterior. Como Prenda Mirim ostentei títulos como:
 1ª Prenda Mirim de Sant’Ana do Livramento, 2ª Prenda Mirim do CTG 
Fronteira Aberta, 1ª Prenda Mirim da Escola Cyrino Luiz de Azevedo (escola 
que estudava) e 1ª Prenda Mirim do FEGAES – 2000. Foi neste ano, 
que meus pais me oportunizaram o primeiro contato com o instrumento 
GAITA PONTO, através de uma gaitinha Herig 8 baixos, considerando 
que já queria participar dos festivais de musica, porém paralelo a estes 
momentos eu praticava a arte declamatória, mas o gosto pela primeira,
 foi bem mais forte, tanto é, que até o momento prevalece este gosto pela música.

 A paixão pela música através da Gaita Ponto

Nesta faixa etária dos 11 até aos 13 anos dediquei minha participação 
aos festivais de musica e outros poucos de declamação, época de minha vida 
que adquiri muitas amizades por este Rio Grande e mais de 3 dezenas de 
premiações que guardo com muito carinho, e dentre estas participações 
destaco: Campereada Internacional de Livramento, Pixurum Cultural de
 Rosário do Sul, Campereada Internacional de Alegrete, Fegaes em
 Cachoeira do Sul, Festival Interescolar de Livramento, Um Canto para 
Martin Fierro, entre outros. No entanto ainda participei do Fegaes na 
Categoria Prenda, tornando-me 1ª Prenda Infanto Juvenil do Fegaes – 2003.
Já possuindo idade para a categoria juvenil segui participando dos
 festivais de musica, mas acalentava um grande e secreto sonho,
 já que na categoria mirim não havia participado a oportunidade seria 
na juvenil: ser prenda regional. Mas era muito nova (13 anos), então voltei ao
 Fegaes em 2004 sendo a 1ª Prenda Juvenil e em 2005 sendo a 
1ª Prenda Juvenil de Sant’Ana do Livramento, novamente  
1ª Prenda Juvenil do Fegaes e 2ª Prenda Juvenil de minha entidade.
Um pensamento essencial a partir desta fase que carrego comigo:
 'Tudo que pensamos em realizar na vida só é possível acreditando em si mesmo, 
e não desistindo nunca. Façamos sempre com ENTUSIASMO, 
DETERMINAÇÃO e PERSISTENCIA. Qualidades que conduzem ao SUCESSO'
Foquei um sonho e com este pensamente iniciei minha preparação para a 
Ciranda Cultural de Prendas na fase regional de 2006. Neste ano, foi tudo
muito mágico, quisera eu ser uma Prenda Regional, minha cidade depois 
de tantas conquistas estaduais, fazia um bom tempo que ninguém conseguia, 
foi em Junho de 2006 que elegia-me 1ª Prenda Juvenil da 18ª Região 
Tradicionalista e, consequentemente seria a representante nesta categoria 
na fase estadual da Ciranda, a partir daí a caminhada foi mais dura, muitas 
dificuldades e tropeços que somente fizeram-me mais forte para seguir na 
busca de um sonho, aprendendo que muitas vezes aqueles que 
consideramos como nossos melhores amigos são na verdade
os que não querem o nosso sucesso.

Apoio incondicional da família

A cada evento novas amizades, experiências, estudos e conhecimentos, 
a cada viagem uma surpresa pelo Rio Grande, na somatória concluí, 
com apenas 15 anos conquistando o titulo de 1ª Prenda Juvenil do RS 2007/2008
Este ano foi um dos mais significativos, conheci 8 meninas e 8 meninos que se 
transformaram em irmãos, deixando cada momento marcado para o 
infinito, onde o amor a causa que nos une prevaleceu nas atividades realizadas, 
concluindo no lema 'ORGULHO POR TER DADO CERTO'.
A partir deste ano, 2008, tracei mais um foco em minha vida, a conclusão 
do Ensino Médio, cursar o Técnico em Gestão Empresarial e passar no 
vestibular, etapas que são essenciais na vida dos jovens e 
chegava a minha vez. Pois bem, encerrei o ensino médio em 2008, e no inicio de
 2010 concluía o Técnico em Gestão Empresarial e já estava aprovada no 
vestibular no curso pretendido – Administração de Empresas. Porém, paralelo 
a estas atividades mantive-me no Departamento Cultural da entidade, 
acompanhando o movimento de forma indireta.
A vida da gente é sempre cheia de curvas, algumas fechadas e outras 
mais abertas, porem sempre conduzida pelo melhor motorista do
 universo – nosso Patrão Celestial. Tenho muita fé em Deus e carrego 
sempre comigo a afirmativa de que ele sabe o que faz.
A partir de 2010, incentivada por amigos surgiu a possibilidade de voltar 
a participar de uma Ciranda Cultural de Prendas, porem, alguns acontecimentos 
pregados pelo destino fizeram-me desistir da idéia, sabia que para bem 
contribuir com o Movimento não é preciso ser somente Prenda de faixa e
 sim sermos pessoas conscientes do papel que representamos na
 sociedade tradicionalista.
Porém, esta desistência teve um enorme fracasso, após alguns meses 
lá estava eu como 1ª Prenda do CTG Fronteira Aberta, representando a 
entidade pioneira da fronteira e iniciando na categoria adulta, no entanto, 
uma pergunta tomou conta de mim: participar ou não da Ciranda 
Regional de Prendas? Uma decisão que pesava, pela responsabilidade 
depositada em mim e principalmente pelo tempo que teria disponível, onde um 
momento era você ser prenda juvenil, onde o foco é a Escola. Porém, bem diferente 
é ser Prenda adulta e ter de conciliar faculdade, trabalho e mais o prendado. 
Pois bem, sem tentarmos nunca iríamos saber, após minha decisão tive de
 imediato como sempre na minha vida a pronta adesão, apoio, carinho e 
confiança dos meus heróis, meus pais Deroci e Maria, de minha entidade, 
do meu município através da Prefeitura Municipal e da amiga tia Gladis Aprato, 
sempre orientando nossos passos nesta estrada tradicionalista.
Era uma nova etapa, novas amizades, novas experiências, mas nunca me 
deixei levar pelo fato de já ter sido uma das nove representantes da 
mulher gaúcha e tinha certeza, que não seria fácil! Participei da Ciranda Regional 
com muita humildade e simplicidade, sabendo respeitar as demais participantes 
que assim como eu mantinham um sonho dentro si, e ao mesmo tempo tendo 
 orgulho da minha Sentinela da Paz por ter sido um dos maiores concursos 
regionais dos últimos anos, não pela quantidade e sim pela qualidade e, 
desta maneira elegia-me a 1ª Prenda da 18ª Região Tradicionalista 2011/2012.
Nossa! Os momentos que sucederam esta conquista foram indescritíveis, 
uma conquista que nunca havia imaginado, ao mesmo tempo sentia-me 
no compromisso de contribuir com minha entidade após longo jejum nas 
Cirandas Regionais, o coração explodindo de alegria e os 
ombros pesando com a responsabilidade. Mas, sempre busquei na minha
 vida, em todas as circunstancias saber e ter consciência do que estava
 fazendo, e este momento não poderia ser diferente, sabia que seria uma 
única vez a 1ª Prenda da 18ª RT (pois não retornaria a participar das 
Cirandas como concorrente), que havia deixado alguns itens para traz em 
busca deste sonho e que deveria aproveitar ao máximo esta 
oportunidade, realizando projetos. Não falo de projetos para o relatório de 
atividades, pensando na pontuação para um concurso e sim aqueles que 
desenvolvemos pelo gosto de ser tradicionalistas, e foi desta forma que iniciou 
um novo ciclo, com culminância em maio de 2012, na hospitaleira Passo Fundo.

 Recebendo a faixa de 1ª Prenda do RS de
sua antecessora Joelma P. Meotti

Lembro-me perfeitamente de uma das vezes que conversando com minha 
mãe falava a ela: '....eu não tenho condições de ser a 1ª Prenda do Rio 
Grande do Sul, estou tentando e me esmerando ao máximo para ser 
a 3ª Prenda do RS.....', e assim continuei minha rotina de preparação, 
levantando cedo todos os dias para estudar, lendo no mínimo cinco 
vezes cada livro da bibliografia, refazendo a coleção de provas da Tia Gladis, 
ensaiando danças em pleno período de férias do meu mano Luiz Bottino, 
convivendo com as divergências e no demais, aperfeiçoando aquilo que 
já praticava, paralelo as viagens, projetos e preparo da mostra.
Sempre tive comigo que temos que fazer por merecer, nunca querendo se 
aproveitar do trabalho dos outros, muitas vezes passando noites em claro 
ou abdicando de outros fatores, e confiando sempre que Deus sabe o que faz,
 mas se fizermos por merecer. Mas então, este caminho é um pequeno 
resumo destes últimos anos da minha vida, que no ultimo 27 de maio,
 naquele misto de emoções, entre sonho e realidade, brindou-me com este regalo: 
o encargo de ser a 1ª Prenda do Rio Grande do Sul 2012/2013. Além de ser motivo 
de muita alegria e satisfação, é também motivo de muita responsabilidade,
 por ter a missão de representar a mulher deste pampa com todo seu encanto, 
bem como a juventude tradicionalista do nosso estado.
Agradeço sempre a Deus pelas oportunidades, aos meus pais pela VIDA,
 e aos amigos deste pago amado por serem uma segunda família. 
Ao Rio Grande, dedico integralmente mais este ano de minha vida, 
tendo certeza que faremos o nosso melhor para bem representá-lo. 
E como nos diz o poeta uruguaio Eduardo Galleano:
'....El caminho se hace caminando...' e caminhar vale a pena!

 Prendas do Rio Grande do Sul,
gestão 2012/2013

Cordial Abraço,
Raquel Pinheiro
1ª Prenda do RS 2012/2013"

Parabéns por esta belíssima conquista Raquel. Suas palavras servem de inspiração para muitas prendas que carregam este sonho no coração. 
Muito obrigada por compartilhar conosco sua vivência!
Grande abraço.

2 comentários:

  1. Buenas! Descobri há pouco teu blog e já admiro muito teu trabalho, achei uma ótima ideia, até porque o nosso Movimento está cada vez mais presente nos meios de comunicação... Queria que postasse algo sobre o projeto MTG vai à escola, dando ideias de atividades e oficinas para realizarmos! Agradeço desde já, abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Nathália! Muito obrigada por visitar meu blog :) Realizei agorinha uma postagem sobre o "MTG vai à Escola", espero que goste! Grande abraço.

      Excluir