sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Cantinho Gaúcho entrevista: Priscila Bresolin Tisott

Pra encerrar esta semana com chave de outro, o Cantinho Gaúcho traz pra vocês mais uma entrevista super especial com uma Prenda que já carregou faixa de Prenda do RS por três vezes!!! Isso mesmo! Ela nos representou em três gestões estaduais... e hoje nos conta um pouquinho sobre a sua trajetória.

Ela é Priscila Bresolin Tisott!

1. Olá Priscila! Um orgulho contar com a sua participação aqui no Cantinho Gaúcho. Queremos conhecer um pouquinho mais sobre você... És natural de Caxias do Sul, graduada em Comércio Internacional e Mestre em Administração, ambos pela UCS. Hoje, quais são seus principais afazeres... o que mais faz parte da tua rotina?
​Olá Carolina! 
É um grande prazer estar participando do Cantinho Gaúcho, sempre acompanho as novidades!
Atualmente sou aluna do Doutorado em Administração, também pela UCS. Como sou Bolsista, tenho inúmeras atividades de pesquisa junto à instituição, além de começar a exercer a docência no Ensino Superior aos poucos, como estagiária docente. Além disso, as atividades junto ao Movimento Tradicionalista Gaúcho, à 25ª Região Tradicionalista e ao CTG Campo dos Bugres continuam fazendo parte da minha rotina, mesmo que não ocupe nenhum cargo. Sempre que solicitado, participo de atividades culturais ou de avaliação, ou mesmo auxilio as prendas e peões que almejam conquistar um título de entidade, regional ou estadual. ​

2. Em todos estes anos de tradicionalismo tu já passaste por diversas atividades, como avaliar concursos e indumentária, palestrar por todos os cantos do Estado, etc. Existe algum segmento que mais te atrai, onde você se realiza mais? Ou o Tradicionalismo por inteiro te completa?
​Eu costumo dizer que não me imagino longe do tradicionalismo gaúcho, pois participo do Movimento desde os 4 anos de idade e, portanto, ele foi parte fundamental da formação da minha personalidade. Eu gosto muito de todas as atividades que desempenho e já desempenhei no meio tradicionalista, mas talvez eu me realize mais auxiliando as prendas e peões em seus concursos, pois o laço que criamos com esses jovens e crianças é indestrutível. Parece que a cada novo concurso eu revivo a minha própria história por meio deles.

3. Nos conte um pouquinho sobre as tuas três experiências como Prenda do RS (2ª Prenda Mirim, 1ª Prenda Juvenil e ​2​ª Prenda Adulta). O que de mais importante tu levaste pra tua vida, destes anos como nossa representante?
​As minhas três gestões estaduais desempenharam um papel fundamental na minha vida. O gosto pela pesquisa, função que desempenho atualmente junto à UCS, surgiu a partir das pesquisas realizadas no meio tradicionalista para a realização dos concursos. A segurança e a serenidade para falar em público e, desta forma, ministrar palestras e aulas, surgiu a partir da preparação para os concursos internos, regionais e estaduais, portanto, os cargos que ostentei foram parte essencial da minha formação profissional.
Foi em virtude do meio tradicionalista também que conheci muitas pessoas incríveis, a quem tenho a honra de chamar de amigos. Pessoas que me ensinaram muito do (pouco) que sei, e que acompanharam cada fase da minha vida. Para mim, este é o maior legado da caminhada tradicionalista: as pessoas.
Quando criança, ser Prenda do RS era um sonho para mim. Meu exemplo de prenda foi a Bibiana Bortoluzzi, e eu sempre quis ser como ela. E, mesmo contrariando todas as expectativas e os conselhos dirigidos aos meus pais, decidi concorrer a Prenda Mirim do RS com apenas 9 anos de idade. Foi um período de realização de sonhos sem igual para aquela menina do vestido pela canela e o laço enorme de fita no cabelo.
Quando decidi concorrer a Prenda Juvenil da minha entidade, região e do RS, ser Prenda de faixa já havia se tornado um objetivo. Eu me preparei, estudei e aprendi muito nesse período, pois nesta fase já tinha certeza do que queria para mim e dos obstáculos que poderia encontrar pelo caminho.
E, logo depois, com o início da faculdade, pensei ter aposentado as sapatilhas. Minhas prioridades e objetivos se modificaram e eu pretendia me focar exclusivamente no aperfeiçoamento profissional. Contudo, concorrer a Prenda na categoria adulta seria uma forma de agradecer à todas as pessoas que estiveram comigo ao longo desta caminhada iniciada em 1997. A preparação foi complicada e eu me sentia uma criança novamente, pois meu tempo para estudar era à noite, quando chegava em casa da faculdade. Muitas vezes minha mãe me encontrava dormindo em cima dos livros e tinha que ler a matéria para mim, o que me deixava extremamente decepcionada comigo mesma. Conciliar as tarefas como Prenda Regional com a preparação para o concurso, a faculdade e o trabalho foram um esforço extremamente cansativo, mas ainda assim gratificante.
Nem por um segundo me arrependi de não ter parado de trabalhar e estudar para me preparar para o concurso, pois enquanto Prenda do RS eu trabalhava em um escritório de intermediação de negócios internacionais, o qual exigia de mim muito tempo de dedicação, sobretudo devido às inúmeras viagens. Em virtude desta atividade, no mês de março de 2011 fui informada de que no mês seguinte, abril, ​deveria acompanhar um cliente da empresa em uma viagem para a China, que duraria cerca de 30 dias. Portanto, eu não poderia estar presente na despedida dos Peões e Guris do RS, na cidade de Monte Belo do Sul, fato que me deixou extremamente chateada. Ainda assim , a oportunidade de crescimento pessoal obtida por meio dessa viagem foi ímpar e não teria acontecido caso eu tivesse desistido de tudo pelo concurso.

4. Que conselhos tu podes dar a todos aqueles que sonham em ostentar um título de Prenda ou Peão Estadual? Existe fórmula, receita para o sucesso?
​Não creio que exista uma fórmula para o sucesso que não passe pelo trabalho árduo. Em primeiro lugar, é preciso querer aquilo que se busca, para que, a partir de então, surja a motivação necessária para superar os obstáculos que possam surgir. Mas como conselho baseado em minha história pessoal eu sempre digo as prendas e peões que não desistam. Nem do Movimento e nem de suas vidas para estar no Movimento. Trabalhem, estudem, busquem a sua qualificação profissional e, ao mesmo tempo, continuem lutando em prol do tradicionalismo. É cansativo, mas vale a pena. ​

5. Existe algum momento na tua vida que mais te marcou? Ou algum em especial que queiras compartilhar conosco?
Quando lembro da minha caminhada tradicionalista, muitas histórias surgem em minha memória... algumas boas, outras nem tanto. Mas tenho certeza de que todas elas fazem parte da minha evolução como pessoa e como prenda. Comecei a participar do Movimento Tradicionalista quando eu tinha 04 anos de idade, incentivada pelo meu irmão, Luciano. E precisei muito do apoio da minha família para conquistar os títulos de prenda do RS, principalmente enquanto mirim, já que eu era muito precoce (tinha 09 anos no Concurso Estadual).
Justamente quando eu era Prenda Mirim do RS o meu irmão teve um grave problema de saúde, e precisava dos cuidados dos nossos pais. Por isso, muitos tradicionalistas foram a minha segunda família nesta época, me acompanhando nas viagens, cuidando da minha segurança e alimentação e deixando os meus pais mais tranquilos para que pudessem cuidar de meu irmão.
Já enquanto Prenda Adulta do RS, na semana em que ocorreu a Ciranda de Prendas na cidade de Passo Fundo, minha mãe e eu sofremos um grave acidente de trânsito em Bento Gonçalves e, mais uma vez, foi a família tradicionalista que nos amparou e socorreu naquela noite. Como meu pai estava viajando a trabalho, contatei os amigos da cidade de Farroupilha e Bento Gonçalves, que prontamente me atenderam. Em poucos minutos, os nossos leitos no hospital estavam rodeados de amigos queridos - que conhecemos em virtude do tradicionalismo - e de outras pessoas que conhecemos naquela mesma noite.
Por isso sempre digo que as pessoas são o maior tesouro da minha caminhada tradicionalista. Sou muito feliz em ter uma família tradicionalista tão grande, tão diversa e unida por um sentimento de amizade tão grande que distância nenhuma é capaz de separar.

6. Tenho certeza que a tua passagem pelo Movimento deixou marcas e muito exemplo a centenas de Prendas e Peões por este Rio Grande a fora. O teu legado, mesmo com o passar dos anos, deve seguir rendendo frutos... o que isto significa pra ti como pessoa? Fazer a diferença na vida e nos sonhos de alguém é realmente digno de muito reconhecimento!
​Há cerca de dois anos eu estava avaliando um Concurso Regional de Prendas, quando uma das meninas, no momento de sua Mostra Folclórica, cumprimentou os membros da comissão e se dirigiu a mim dizendo: "Priscila, tu és meu exemplo. Não sabes como estou feliz em ter a honra de te conhecer pessoalmente". Acho que este momento me acompanhará por muitos e muitos anos, pois é muito gratificante saber que as pessoas conhecem e reconhecem os esforços que fazemos em prol da causa tradicionalista.
Tenho a alegria de ter ajudado muitas prendas e peões que se tornaram verdadeiros irmãos para mim e ter a admiração destas pessoas é ​simplesmente indescritível. Espero que o pouco que fiz e ainda faço continue rendendo muitos frutos, pois sempre foi feito com muito amor.

7. Pra finalizar, deixo com muito carinho os meus agradecimentos pela sua participação aqui em nosso Cantinho. Certamente todos nossos tradicionalistas vão adorar conhecer um pouco mais sobre a tua grandiosa trajetória em nosso Movimento. Muito obrigada!
​É uma alegria para mim participar do Cantinho Gaúcho. Espero que todos os que lerem até o final (eu escrevo muito!), gostem dessas singelas palavras. ​

Galeria de fotos:

Priscila com o irmão, Luciano

 Resultado Ciranda Estadual 2009

2ª Prenda Mirim do RS 1999 - 2000

Com Lauren e Mariana, 1ªs Prendas do RS 2006 - 2007

40ª Ciranda Estadual - maio de 2010 - com o peão Robson Didier Boeira Terres 

2ª Prenda do RS 2010 - 2011

40 Ciranda - Mostra Folclórica
Da esquerda para direita: Zanildo Barbosa do Nascimento, Lori do Nascimento, a mãe Jandira Bresolin Tisott, Priscila, Suélen Biazoli, Andressa Zanco, Robson Terres e o pai Rubens Tisott

Com o saudoso Tio Cyro

Lori e Zanildo do Nascimento, padrinhos no tradicionalismo

Com os pais, Rubens e Jandira

Priscila, agradeço novamente a tua participação!
A tua trajetória no Movimento é digna de muita admiração, e não é por acaso que tantos te têm como exemplo. Parabéns pela linda história que construístes, e por tudo que fizestes em prol do Tradicionalismo Gaúcho.

Grande abraço, com carinho.

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