Em plena contagem regressiva pra mais uma Ciranda Estadual de Prendas (faltam 30 dias!!!), trago pra vocês uma entrevista especial com nada mais, nada menos, que a Madrinha desta 47ª Ciranda, que já ostentou o encargo de 3ª Prenda do Rio Grande do Sul, Ana Paula Vieira Labres!
Espero que gostem! :)
3ª Prenda do Rio Grande do Sul, 2005/2006
1. Olá Ana! Que felicidade contar com a tua participação aqui no Cantinho Gaúcho. É sempre uma alegria imensa receber os amigos de longa data por aqui... ainda mais sendo uma prenda exemplo como tu és. Tenho certeza que muitos querem saber mais sobre ti, teu início no movimento e os rumos que a tua caminhada no tradicionalismo tomou. Podes contar um pouquinho pra gente?
Prezada Carol, é motivo de muita alegria ser convidada para participar deste canal tão bacana como é o seu blog. A minha participação demorou um pouquinho, mas aí está (risos).
Quando criança eu participei do concurso de prendas da escola Alcides Conter, de São Jerônimo (onde eu morava), sendo eleita “1ª Prendinha”, e também dançava no grupo de danças mirim da escola.
No entanto, minha participação ativa no Movimento Tradicionalista Gaúcho ocorreu após a minha participação no Concurso de Prendas do CTG Província de São Pedro de Tapes - 16ª RT, em 1999, quando tive a honra de conquistar a faixa de 1ª Prenda Juvenil, no dia 05 de dezembro (data do meu aniversário). Antes disso, porém, em 1997, participei do Sarau da Prenda Jovem do CTG e de diversos cursos de danças.
1ª Prendinha
1ª Prenda Juvenil do CTG Província de São Pedro, gestão 1999/2000
Projetos MTG vai à escola e projetos sociais
Com o meu peão de diversos concursos e meu irmão, Cristiano Vieira Labres
Eu tive a honra de participar da Ciranda Cultural de Prendas, em dois momentos (2001 e 2005), ambas em Porto Alegre.
Em 2005, quando fui eleita 3ª Prenda do Rio Grande do Sul, a preparação foi de muita dedicação, com mais intensidade nos últimos meses que antecederam o concurso. Emagreci, diminuí o número de disciplinas na faculdade, e me esforcei muito. Estudei muito, muito e muito. A casa inteira era “decorada” com cartazes de anotações importantes para a prova escrita (risos).
Naquele tempo, não tínhamos acesso tão facilitado às obras literárias como ocorre hoje. Então, eu buscava-as em diversas bibliotecas e solicitava o empréstimo para amigos. Fazia os resumos dos livros e estudava. Hoje em dia, muitos resumos já vêm prontos de alguma pessoa, o que muitas vezes, limita a prenda ou o peão de produzir o seu próprio material de estudo.
Além disso, a ajuda da família e amigos foram alicerces fundamentais para a conquista do título.
Como prenda do Rio Grande do Sul, as atividades e a participação em eventos foi muito intensa. Fiz muitas amizades, e viajei para muitas cidades.
Dessa experiência, eu levo muito orgulho, conhecimento, um entendimento de que o tradicionalismo é tão grandioso, que vai muito além de concursos de danças, de prendas, entre outros, que devemos ser cordiais com todas as pessoas, independente de cargos ou funções, e que a simplicidade é um valor muito importante para nós, tradicionalistas. “Ser simples, é o que nos faz ser grandes”.
1ª Prenda da 16ª RT, gestões 2000/2001 e 2003/2004
Com os padrinhos da 35ª Ciranda Estadual, tio Cyro e tia Cira
3. Durante estes muitos anos ativa no Movimento, tu passastes por muitas atividades diferentes, como avaliar concursos de prenda e peão, nos níveis entidade, regional e estadual, avaliar indumentária, palestrar por todos os cantos do Estado, etc. Existe algum destes segmentos que mais te completa, te realiza? Deve ser difícil escolher um só... mas ninguém disse que esta entrevista seria moleza... hahah
Eu admiro, gosto e aprecio os diversos “segmentos” existentes no Movimento, mas como já fui prenda de faixa, gosto muito de estar envolvida com as prendas e os peões, por meio de avaliações e troca de experiências, contribuindo um pouco com o meu conhecimento. Isso me faz bem!
Também me sinto muito feliz ao auxiliar as pessoas nas questões da indumentária e suas diretrizes.
35º Concurso Estadual de Prendas, quando ganhei a faixa de Prenda do RS
3ª Prenda do Rio Grande do Sul, 2005/2006
Ser prenda ou peão estadual, ou regional, ou ainda de entidade, é mais que um cargo. É um encargo, ou seja, é uma responsabilidade, um dever. Com ele, tu tens ainda mais comprometimento. Ser “estadual” é respeitar e ser cordial com o próximo, é propagar o tradicionalismo autêntico, é se dedicar às tarefas, é participar de eventos, é ter apreço pelo título que ostenta, independente, do número descrito na faixa ou no crachá.
Acredito que não há uma “fórmula”, além de querer. Se tu queres mesmo o título, se é algo que vem de dentro do coração, se tu não estás participando por imposição de outra pessoa ou “para se aparecer”, ou se preparando apenas para conquistar o pedaço de couro, o sucesso chegará. E o orgulho vem junto!
Claro que além do “querer”, os estudos também são muito importantes.
3ª Prenda do Rio Grande do Sul, 2005/2006
36º Concurso Estadual de Prendas, quando entreguei a faixa
Lembrança de quando entreguei a faixa de prenda do RS
Bem Carol, são muitos os acontecimentos que me marcam. E a todo momento eles ocorrem! Um deles, foi o convite especial de ser Madrinha desta 47ª Ciranda Cultural de Prendas, que ocorrerá em Bagé, e ser a homenageada da Semana Farroupilha de Tapes, em 2011. Convites tão saudosos e importantes, que me enchem de alegria.
Dentro do tradicionalismo eu já participei de inúmeras ações, e todas elas só me ensinaram a ser a tradicionalista que sou hoje.
Assim como muitas pessoas que se dedicam ao tradicionalismo, já desenvolvi diversas atividades dentro do CTG Província de São Pedro. Também, já fui relatora de Congresso Tradicionalista, avaliadora do Enart, da Mostra Folclórica do Enart, do Concurso de Prendas e Peões da CBTG, de Cirandas e Entreveros Estaduais e Regionais, do Festival Matogrossense de Arte e Tradição Gaúcha (FEMART), entre outros.
Outro fato marcante, foi participar do Projeto Rondon, no Piauí, e levar para a comunidade de lá o traje e a música do Rio Grande do Sul, juntamente, com os meus colegas rondonistas.
Eu sou muito feliz por ter, no meu cotidiano, pessoas do bem. E assim são os tradicionalistas de fé: pessoas do bem.
Encontrar com amigos, trocar ideias, ver pessoas se dedicando a uma causa tão nobre, ver crianças se apresentando nos CTGs, saber que jovens passam os finais de semana em um lugar tão sadio como as entidades tradicionalistas, ver prendas, como tu, se dedicando ao tradicionalismo, mesmo não ostentando um faixa no peito, reencontrar ex-prendas e peões engajados ao Movimento, são acontecimentos especiais.
Relatora do 53º Congresso Tradicionalista
Avaliadora do Enart
Avaliadora e comissão integralizadora de Concurso de Prendas e Peões
6. Não tenho dúvidas que a trajetória que tu construístes no Movimento Tradicionalista deixou marcas pra muitos, e é exemplo para diversas Prendas e Peões deste nosso Rio Grande afora, inclusive pra mim. O que esta tua história significa, de mais importante, pra ti como pessoa?
Fico muito feliz em ser considerada uma prenda “exemplo” e com muita ética, apesar de achar que tenho muito a colaborar com o Movimento.
O tradicionalismo me ensinou a ser uma cidadã. Uma pessoa do bem! Uma pessoa do querer bem ao próximo, de ser solidária.
Ana, querida, deixo um enoorme agradecimento a ti pela participação tão especial aqui no blog. Tenho certeza que todos nossos leitores vão adorar te conhecer melhor, e saber o quão especial é a tua história no Tradicionalismo. Muito, muito obrigada!
Um beijo grande, com carinho.
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