terça-feira, 7 de maio de 2019

1º Peão Farroupilha do RS - Micael Feliciano Machado Lopes

Olá amigos!!!

Iniciamos por aqui as apresentações dos novos piás, guris e peões que no último Entrevero Cultural de Peões conquistaram seus crachás Estaduais! *-*

Hoje vamos conhecer Micael Feliciano Machado Lopes, que nos representa no encargo de 1º Peão Farroupilha do Rio Grande do Sul!



"Bueno, eu sou natural de Cachoeira do Sul, capital nacional do arroz, onde vou receber a todos os amigos tradicionalistas para conhecê-la ainda mais, por ocasião do Entrevero em abril de 2020. Represento o Piquete de Laçadores Delfino Carvalho, fundado pela minha família à 34 anos e a 5ª Região Tradicionalista e seus 15 municípios. Tenho 22 anos de idade, curso o 8° semestre de Medicina Veterinária no Centro Universitário Ritter dos Reis em Porto Alegre. Atualmente, sou criador de conteúdo da página Informativo Equestre, coordeno o Núcleo de Equinos da Uniritter (NEEQUI), faço estágios em diversos locais na região metropolitana e sou coordenador de equipe do Movimento Jovem Católico de Cachoeira do Sul, onde participo de atividades sociais e religiosas desde a infância.

Costumo dizer que nasci no meio tradicionalista, no PL Delfino Carvalho, onde meu avô e meu pai foram patrões e, depois, minha mãe veio a ser a primeira mulher patroa de um Piquete de Laçadores. Meus pais me levavam a festas e rodeios campeiros desde os primeiros meses de vida e aos 5 anos já laçava com a ajuda do meu avô e daí para frente passei a ajudar na lida com o gado e depois ajudar meu pai aprendendo com a lavoura. Durante esta trajetória representei também, a 5ª RT no laço guri e rapaz na FECARS, na categoria rédea e fiz parte da seleção de laçadores.




Tive a oportunidade de participar das invernadas mirim, juvenil do CTG Tropeiros da Lealdade e PL Delfino Carvalho, chamadas 'Os Tanagarás'. Iniciei minhas participações na artística no maior festival estudantil do RS, o FEGAES, que acontece em Cachoeira do Sul, e ali fui premiado nas categorias de danças tradicionais com as invernadas, declamação e dança de salão. Aos 11 anos fui 3° colocado em declamação do Festmirim. Aos 15 anos declamei a primeira final do ENART ficando em 12° colocado, trajetória que me levou a devoção pela arte declaratória.

Como peão, tive a oportunidade de trabalhar nesta representatividade por diversas vezes nos cargos de:
- 1° Peão da 5ª RT;
- 1° Peão do PL Delfino Carvalho;
- 1° Peão Farroupilha da Associação Tradicionalista e Cultural de Cachoeira do Sul - ATC;
- 1° Guri do PL Delfino Carvalho;
- 1° Piá da Associação Tradicionalista e Cultural de Cachoeira do Sul - ATC;
- 1° Piá do PL Delfino Carvalho;
- 1° Piá do CTG Tropeiros da Lealdade;
- 1° Piazito do PL Delfino Carvalho.

Carrego minha família como maior espelhamento, pois através deles pude construir minha opinião. Difícil escolher alguém pois sou admirador do trabalho deles tanto para sociedade quanto para tradicionalismo, sendo fundamentais para o meu crescimento. Porém hoje dou o mérito a minha irmã (Muriel Machado), a qual é a grande incentivadora deste peão que vos fala, mas que além disso mostrou em sua gestão e fora dela como se trabalhar para o Movimento fazendo com que ele fosse a ferramenta principal, podendo ressaltar a mulher em sua magnitude tanto no campo como nos dias atuais. Por isso e por outras razões espero seguir os seus passos que com certeza foram fundamentais para que hoje eu obtivesses a felicidade de exercer o cargo de Peão Farroupilha do RS.

A decisão de concorrer a Peão Estadual foi em conjunto pois, sabíamos da responsabilidade que deveríamos ter e também das renúncias pessoais e até profissionais por vezes. Esperei o momento em que me sentia preparado para bem representar a juventude com maturidade e ética nesta caminhada. E além disso muita confiança no que acreditávamos ser importante para o movimento tradicionalista gaúcho fazendo com que isto fosse determinante para que pudéssemos alcançar nossos sonhos.

Desde o concurso da entidade até chegar no Entrevero Estadual, tinha a convicção de onde eu queria chegar, o que considero importante, saber, de fato, qual o objetivo queremos e fazer tudo que estiver ao alcance para torná-lo possível, isso é ter determinação. Contei essencialmente com minha família, com os amigos e, depois com a minha gestão regional. Ninguém ganha sozinho, acredito que toda a vitória venha do coletivo, mas se pudesse expressar em palavras diria que cada participação em eventos foi utilizada como aprendizado, cada projeto executado, por exemplo, apresentado no relatório, foi pensado e planejado para atingir verdadeiramente o público, passar a mensagem, deixar alguma contribuição desta bandeira que levanto, por isso fizemos o Dia de Marcação e Castração, a Ronda Cultural, Dia de Galpão, o Rodeio Lúdico, a Campanha de Doação de Sangue com um Seminário sobre a saúde do tradicionalista e a Campanha de arrecadação de tampinhas e lacres para a AAPECAN, onde fomos nas entidades após os fandangos catar os lacres, recolhendo nas escolas, pedindo ajuda da comunidade envolvendo toda a região e fomos ajudados, também, por todas as demais regiões na entrega durante a mostra do ENART, o que considero um dos momentos mais gratificantes desta jornada.




Com relação a preparação nos estudos, fiz a leitura da bibliografia indicada e resumos de cada assunto desde o primeiro dia após o concurso regional, fiz todos os exercícios do caderno piá, bem como fiz uma linha do tempo que colei nas paredes de casa, comprei um mapa e colei na parede para estudar geografia e saber me localizar também na história, utilizei de praticar nas provas antigas do concurso e ainda fazia provas e trocava com a gestão regional, meu estudo se dava todos os dias após chegar da faculdade e do trabalho. Trabalho este, que no início de dezembro deixei para conseguir me dedicar mais ao concurso, eram 4h diárias dedicadas a prova escrita e 4h diárias dedicadas as provas de galpão, nos finais de semana, apesar de já ser do meu cotidiano a lida com o cavalo, praticava as provas campeiras, cada detalhe que tem em nossos aperos e o porque de cada coisa e sua utilidade, foram inúmeras as conversas que tive com meu avô, minha mãe, irmã e tios, debatendo muitas vezes as práticas exemplificadas nos livros e comparação aquilo que vivíamos, a gente nunca sabe tudo, por isso busquei o máximo de informações que podia para como se diz 'me estribar bem no conhecimento', além da prática.

Acredito que não tem segredo e, com isso, não quero dizer que foi fácil, pelo contrário, foi bem difícil e cansativo também, mas procurei sempre ajuda e ouvi os conselhos de quem sabia mais do que eu, procurei chegar lá preparado para qualquer prova, para qualquer situação, isso na cabeça e na prática, mas nada disso seria possível se não tivesse ao meu lado os meus esteios, acho que isso é o principal.

Minha expectativa para esta gestão é que sejamos unidos no trabalho, na representatividade da juventude tradicionalista cada vez mais ativa e colaboradora, cumprindo sua verdadeira função, participando ativamente das decisões e sendo firmes em nosso papel. Além de construir grandes amizades.




Pessoalmente, quero fortalecer a bandeira do campeirismo e ajudar o nosso Movimento na preservação e atenção cada vez mais voltada para esta identidade cultural do gaúcho, principalmente no que diz respeito às nossas festas campeiras, rodeios, aos nossos Laçadores e Laçadoras e, também, as figuras mais distantes da realidade urbana como a do alambrador, do leiteiro, do agricultor, domador, enfim de todas as figuras essenciais a vivência do campo e a nossa tradição, desejando que este também se torne um objetivo coletivo de nossa caminhada.

Por fim a mensagem que deixo, é que trabalhem com coração, pensando no próximo e o que podemos fazer para que cada vez mais sejamos um só em rumo aos objetivos e princípios de nosso movimento tradicionalista gaúcho. Digo isto pois creio que quando agregamos adquirimos experiências através da partilha. Então sejamos além da palavra a execução de nossos atos e que possamos honrar nossas raízes, pois se hoje conquistei algo foi com humildade, sabendo perder mas que além de tudo sabendo levantar e procurar sempre melhorar.

Micael Feliciano Machado Lopes,
1º Peão Farroupilha do Rio Grande do Sul"

Nenhum comentário:

Postar um comentário