sexta-feira, 3 de junho de 2011

1ª Prenda do RS - Joelma Pauline Schmohl Meotti

Hoje lhes trago a entrevista realizada pelo Portal MTG com a nova Prenda do RS.
Um exemplo de determinação, força de vontade e garra.
Que suas palavras influenciem prendas e peões do todos os cantos do Rio Grande que possuem sonhos e não ousam sonhá-los, com medo ou receio de não realizá-los.


A fria madrugada de maio no CTG Lalau Miranda ficou mais amena quando o mestre de cerimônias do MTG anunciou a nova 1ª Prenda do RS. Joelma Pauline Schmohl Meotti, 23 anos, é passofundense, filha de Cleris Schmohl Meotti e Sílvio Luiz Meotti, graduada em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e pós-graduada em Direito Penal e Processo Penal pela Faculdade Anhanguera do Planalto Médio. Atualmente é assessora parlamentar do Vereador Luiz Miguel Scheis, presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Passo Fundo.
Como sempre, o Portal MTG foi prosear com exclusividade com a representante da cultura e da beleza da mulher gaúcha. Aprecie a charla com Joelma Meotti.

Nos fale de tua trajetória tradicionalista.
Meu avô, Joel Schmohl, foi um dos idealizadores e fundadores do CTG Fagundes dos Reis, aqui da cidade de Passo Fundo. De todos os seus netos, apenas eu segui os passos desse que é o principal responsável pelo amor que tenho ao Rio Grande e às tradições gaúchas. Cresci dentro dessa entidade tradicionalista, mas como a grande maioria dos participantes das invernadas artísticas, não tinha ciência da importância da parte cultural, nem o conhecimento das bases filosóficas do Movimento Tradicionalista.

O meu interesse na área cultural surgiu em 2004, quando seria realizada a escolha das novas prendas da entidade. Não imaginava que estaria dando um dos passos mais importantes da minha vida. Participei do concurso interno sem conhecimento algum sobre o mesmo e ainda assim fui eleita 2ª Prenda do CTG Fagundes dos Reis - naquela época o prendado era de dois anos, por isso permaneci no cargo até 2006.

Foi nesse ano que iniciei a minha trajetória tradicionalista efetivamente, participando de eventos regionais que me despertaram o interesse em concorrer novamente e representar minha entidade no concurso regional. Em 2006 fui eleita 1ª Prenda do CTG Fagundes dos Reis, realizei diversas ações e projetos. No entanto, ainda não me julgava apta a ocupar um cargo regional, por isso minha preparação foi muito singela.

Em 2007 participei da 38ª Ciranda Cultural de Prendas na fase Regional. Apesar de pouco preparo, conquistei o título de 1ª Prenda da 7ª Região Tradicionalista. Nesse ano conheci os eventos oficiais do MTG e entendi a real importância da Prenda na sociedade Tradicionalista. Na minha concepção, eu não tinha condições de conquistar um título estadual, por isso mantive uma preparação muito acanhada. Apenas o fato de estar participando de uma Ciranda Estadual já era a realização de um grande sonho.

Em maio de 2008 participei da 38ª Ciranda Cultural de Prendas, em sua fase estadual, na cidade de Júlio de Castilhos. Foram momentos de profunda emoção, principalmente ao saber que havia ficado em 6º lugar. Neste momento surge um sonho ainda mais intenso: ser Prenda do Rio Grande do Sul. A partir de então iniciei minha preparação para esta 41ª Ciranda Cultural de Prendas.

Fui em busca de aprimoramento, participando dos cursos oferecidos pelo MTG. Entre eles destaco o Curso de Formação Tradicionalista Avançado, que me oportunizou a aquisição de preciosos conhecimentos. Neste período fui em busca de materiais, adquiri a bibliografia completa para a Ciranda Cultural de Prendas.

Ainda em 2008 recebi o convite para integrar o CTG Lalau Miranda, onde fui muito bem acolhida, sendo-me atribuído o cargo de Diretora do Departamento Jovem desta entidade. Posteriormente, em virtude das atividades realizadas, em 2010 fui convidada para assumir o Departamento Cultural.
No ano de 2009 fui indicada para ser a 1ª Prenda do CTG Lalau Miranda e representar a entidade na 41ª Ciranda Cultural de Prendas na fase regional, realizada em junho de 2010, onde conquistei novamente o título de 1ª Prenda Regional.

Nessa caminhada em busca do meu sonho, procurei me empenhar ao máximo e, juntamente com as Prendas e Peões Regionais, realizei as atividades solicitadas com muita dedicação. Conquistei então o 1º Lugar no XX Tchêncontro Estadual da Juventude Gaúcha e o 1º Lugar na 11ª Mostra de Arte e Tradição Gaúcha, títulos inéditos na 7ª Região Tradicionalista.

Com o apoio da Coordenadoria da 7ª Região e do CTG Lalau Miranda, tive uma intensa preparação para a 41ª Ciranda Cultural de Prendas em sua fase estadual. Conquistando o título de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul e realizei o meu sonho.


Como foi a preparação para este estadual? Foi gerada alguma expectativa em relação a sua antecessora, por ser da mesma região?
Foram traçadas metas e em momento algum desviei do meu foco. Apesar das turbulências, mantive a minha preparação e persisti no meu sonho. Estudei muito, minha dedicação e empenho a essa Ciranda foram intensas, organizei o meu tempo de forma com que conseguisse conciliar trabalho, pós-graduação e prendado.

Tive o apoio incondicional da minha entidade, da 7ª Região, dos meus amigos e principalmente da minha família, que foi a minha base, o meu sustentáculo. Contei com a compreensão e solidariedade do meu chefe e dos meus colegas de trabalho, que além de me incentivarem, também estiveram sempre ao meu lado.

O fato ser a representante da Região da 1ª Prenda Estadual na verdade gerou apreensão e não expectativas, pois além da pressão natural do concurso, ainda havia a responsabilidade de concorrer dentro da minha entidade. Além do mais, na história da Ciranda, nunca havia ocorrido de ser vencedora a Prenda da Região, o título máximo estadual.

Também um fator preponderante foi o nível das candidatas, todas eram aptas a serem Prendas do Rio Grande do Sul. Eu sabia que a disputa ia ser acirrada, por isso intensifiquei a minha preparação.


O que achou dos temas sorteados para a prova oral no concurso?
Foram surpreendentes e interessantes, uma vez que as Prendas puderam demonstrar a sua capacidade de raciocínio, visto que os temas sorteados não permitiram uma prévia preparação. Acredito que essa era a real intenção do Movimento Tradicionalista, pois o objetivo é que as Prendas consigam abordar os mais variados temas de forma espontânea.

Gostei muito, pois através do tema sorteado pude prestar uma homenagem a um ícone do Movimento Tradicionalista Organizado, o saudoso Luiz Carlos Barbosa Lessa. Isso me deixou lisonjeada, uma vez que ele é um dos principais responsáveis pelas bases ideológicas que norteiam as atividades de todos os tradicionalistas.


Das provas, qual foi a que mais exigiu preparação?
Com certeza a escrita, pois através dos conhecimentos adquiridos nessa área nos tornamos aptas para desenvolver a prova oral - sendo que a soma das duas representa a metade da nota da Ciranda.

Também fui minuciosa com a Mostra Folclórica e com a parte Artística, pois acredito que para representar a mulher gaúcha, devemos ser criteriosas com todos os quesitos do concurso.


Qual o planejamento da prenda do CTG Lalau Miranda caso fosse eleita Prenda do RS?
Sempre acreditei que o papel de uma Prenda do Rio Grande do Sul vai muito além da mera participação em eventos, visto que representam todas as prendas do nosso Estado. Nesse sentido, a atuação deve se dar de forma consciente, expressiva e coerente com os princípios ideológicos do Movimento.

Durante a minha trajetória de preparação observei que o tradicionalismo necessita de mais expressividade dos jovens, há necessidade de ocupar o espaço oferecido pelo MTG. Pensando nisso, tracei um plano de ação para o futuro prendado, evidenciando atividades que julgo extrema necessidade.

Para mim, a Prenda do Rio Grande do Sul deve ter uma preocupação especial em nortear as demais prendas, visto que é tida como um referencial. Também penso que a atuação de uma Prenda não deve ficar limitada, deve deixar contribuições concretas ao Movimento Tradicionalista.


Como conciliar faculdade, trabalho e prendado? 
É uma questão de organização e planejamento para poder conciliar tudo, pois para ser Prenda não é necessária abdicação total, nem é esse o objetivo do Movimento. O tradicionalismo necessita de dedicação e empenho, mas isso não significa deixar tudo de lado, pois a vida continua e ser prenda não é uma profissão. O prendado dura pouco, o tempo passa e não devemos ficar estagnadas.

Não é fácil conciliar. É dificílimo, mas não é impossível. Requer organização e muita força de vontade. No entanto, é possível trabalhar, estudar e ser Prenda, é necessário criar parâmetros, cronometrando o tempo, delimitando prioridades e segui-las a risca. Claro que às vezes o sono pega, o convívio social fica restrito e acabamos deixando de lado algumas atividades que antes eram rotineiras. Nesse sentido, é importante a compreensão, a solidariedade, o apoio e muita paciência dos nossos familiares e amigos.

Isso se chama determinação: saber que temos sonhos, mas que as obrigações não devem ser esquecidas. Devemos lutar por eles sem perder a essência do ser e sem nunca perder a fé, pois é ela que nos mantém firmes, nos dando perseverança, não nos deixando esmorecer. Sinto-me muito feliz por ter tido a oportunidade de realizar um grande sonho conciliando as minhas atividades, trabalho e estudos. Jamais esquecerei das pessoas que estiveram ao meu lado, sonharam junto comigo e acreditaram que o meu sonho era possível.

Entrevista: Rogério Bastos para Portal MTG
Fotos: Ricardo Lage

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